GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO NAS TRANSMASCULINIDADES: UMA SOCIOANÁLISE
Nome: BRIDA LUISA TORRES DUQUE
Data de publicação: 04/07/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| JANDESSON MENDES COQUEIRO | Presidente |
| MARCIA CRISTINA BRASIL SANTOS | Examinador Externo |
| MARCIA VALERIA DE SOUZA ALMEIDA | Examinador Interno |
Resumo: A gestação, o trabalho de parto e o puerpério, diferentemente do que é estabelecido
pela norma social, não são vivenciados apenas por mulheres cisgênero. Isso ocorre
porque, na ausência de procedimentos cirúrgicos de reafirmação de gênero, pessoas
transmasculinas são fisiologicamente capazes de gestar. No entanto, ao se
encontrarem nessa posição, os sujeitos precisam acessar espaços historicamente
considerados femininos, sujeitando-os a violências e iniquidades. Esta dissertação
teve como objetivo geral analisar o discurso de pessoas transmasculinas sobre o
processo de cuidado em saúde durante a gestação, parto e o puerpério; e, por
objetivos específicos: discutir os atravessamentos e potencialidades vivenciadas por
pessoas transmasculinas durante a gestação, o parto e o puerpério (artigo 1) e discutir
a experiência de pessoas transmasculinas nos serviços de saúde durante a gestação,
o parto e o puerpério (artigo 2). Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que
contou com a participação de cinco sujeitos. A produção dos dados ocorreu por meio
de entrevistas projetivas individualizadas, em horários definidos pelo participante, por
meio da plataforma Google Meet, além de registros no diário de campo. A análise dos
dados seguiu a perspectiva da Socioanálise, uma vertente da Análise Institucional. Os
sujeitos, com idades de entre 22 e 34 anos e autodeclarados brancos, trouxeram como
analisadores deste estudo a transfobia, a disforia de gênero e a violência obstétrica.
Além disso, foram discutidas questões como a ausência de rede de apoio, a atuação
dos profissionais e o papel dos estabelecimentos de saúde. Constatou-se que são
necessárias medidas em distintas áreas do saber, para transformar a realidade vivida
por pessoas trans que engravidam. Recomenda-se a realização de novas pesquisas,
a implementação da educação permanente com inclusão de temas relacionados a
gênero, a adoção de ações que visam o fortalecimento do cuidado, promovendo o
alinhamento das práticas profissionais com os princípios éticos.
