Classificações de Evitabilidade dos Óbitos Infantis: diferentes métodos, diferentes repercussões

Nome: BARBARA ALMEIDA SOARES DIAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 21/03/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Orientador
MARIA ANGELICA CARVALHO ANDRADE Examinador Interno

Resumo: O objetivo desse estudo foi analisar a ocorrência dos óbitos infantis evitáveis e não evitáveis, e seus fatores relacionados, segundo os métodos de evitabilidade aplicados em óbitos menores de um ano, ocorridos no Estado do Espírito Santo, entre os anos de 2006 a 2013. Os dados utilizados são provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade, cujas informações foram retiradas da Ficha de Notificação de Óbito Fetal e Neonatal, digitalizadas e autorizadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo. Um total de 5.316 óbitos foram notificados no período de 2006 a 2013. Inicialmente, os óbitos infantis foram classificados em evitáveis e não evitáveis a partir das classificações existentes: Classificação de Taucher; Classificação de Wigglesworth; Classificação da International Colaborative Effort on Infant Mortality; Classificação da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), e a Lista Brasileira de Evitabilidade do Óbito Infantil. Posteriormente, verificou-se o nível de concordância existente entre as classificações por meio dos índices Kappa, McNemar e Kappa ajustado pela prevalência. Por fim, realizou-se o processamento de dados provenientes das fichas de notificação, seguida da Regressão Logística, que foram utilizadas como variáveis dependentes os métodos de evitabilidade ICE e SEADE, e como variáveis independentes aquelas que apresentaram o p-valor menor que 0,10 no teste Qui-Quadrado. Os resultados mostraram que a maioria das mortes ocorreu por causas evitáveis (34,9% - 76,5%), principalmente, aquelas relacionadas à qualidade da assistência ao pré-natal, parto e puerpério, independente do método de evitabilidade utilizado. Contudo, quando considerados os níveis de concordância entre os métodos, verificou-se que q maior concordância ocorreu entre os métodos ICE e SEADE (Kappa ajustado=0,88). Dos fatores relacionados à evitabilidade do óbito infantil, evidenciou-se que o óbito pós-neonatal (OR= 2,12: IC95%= 1,48-3,03), faixas de semana gestacional entre 28 a 31 semanas (OR= 1,66: IC95%= 1,11-2,47), o peso adequado ao nascer (OR= 1,94: IC95%= 1,16-3,23), e a intervenção cirúrgica (OR= 2,05: IC95%= 1,60-2,62) apresentaram associação significativa para a ocorrência dos óbitos evitáveis, quando considerado o método ICE. Todavia, quando considerado o método SEADE, identificou-se que o óbito pós-neonatal (OR= 3,95: IC95%= 2,42-6,45), a raça/cor parda (OR= 1,48: IC95%= 1,10-2,0), estabelecimentos privados (OR= 1,59: IC95%= 1,05-2,42), o peso adequado ao nascer (OR= 2,13: IC95%= 1,34-3,38) e intervenção cirúrgica (OR= 1,86: IC95%= 1,43-2,42) constituíram em fator de risco para a ocorrência de óbitos evitáveis. Recomenda-se o uso dos métodos de classificação nos serviços de saúde, uma vez que podem compreender as diversas causas dos óbitos, e desencadear diferentes repercussões para evitá-los, todavia é necessário a atualização periódica desses métodos, frente à inserção constante de novas tecnologias e conhecimentos no âmbito da saúde. Além disso, ressalta-se a necessidade de investimentos em treinamentos e capacitação dos profissionais de saúde, além do fortalecimento de uma rede perinatal, a fim que qualificar a assistência materno-infantil, possibilitando a redução dos óbitos infantis por causas evitáveis.

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