Programa de Atendimento ao Alcoolista: Avaliando a Satisfação e a Percepção de Mudanças dos Seus Usuários
Nome: LORENA SILVEIRA CARDOSO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 05/09/2014
Orientador:
Nome | Papel |
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MARLUCE MECHELLI DE SIQUEIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA | Examinador Interno |
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO | Suplente Interno |
MARIA DA PENHA ZAGO GOMES | Suplente Externo |
MARIA LUCIA TEIXEIRA GARCIA | Examinador Externo |
MARLUCE MECHELLI DE SIQUEIRA | Orientador |
Resumo: Os parâmetros utilizados na assistência prestada nos programas de saúde não se adaptam totalmente à realidade dos programas de saúde mental, portanto é importante a realização de pesquisas que busquem avaliar a satisfação e a mudança percebida de usuários de programas desta área. Face ao exposto, objetiva-se neste estudo, avaliar a satisfação e a mudança percebida de um programa referência de atenção ao alcoolista sob a ótica dos seus usuários. Este estudo integrou a pesquisa intitulada Rede de saúde mental: avaliando a realidade capixaba que foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, sob o No. 338.114. Trata-se de um estudo avaliativo, descritivo com abordagem quantitativa e de corte transversal. A amostra caracterizou-se de 40 usuários, sendo utilizadas as escalas satisfação do paciente e mudança percebida versão-paciente, e questionários semiestruturados adaptados pelos pesquisadores. Os dados foram analisados com o auxílio do programa Statistical Package for the Social Science (SPSS 20). Utilizou-se a análise univariada para a descrição das variáveis quantitativas relacionadas qualidade do serviço e análise bivariada para verificar a qualidade do serviço e as variáveis independentes, por meio do teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. Assim, encontrou-se uma amostra foi predominantemente masculina (81%) e com idade entre 46 e 55 anos (42,5%), entre as características clínicas predominaram: tempo de tratamento no serviço maior que 4 anos (45,2%), tempo de abstinência entre 0 e 4 semanas (35,7%), e os destilados como bebida de preferência (88,1%). Com relação à percepção das mudanças, de forma geral, 83,3% dos pacientes alcoolistas declararam estar melhor do que antes do tratamento, na maioria dos itens da Escala de Mudança Percebida (EMP-paciente), havendo percepção de piora apenas nos itens sexualidade (26,8%) e sono (16,7%). Em relação à satisfação dos mesmos, a média da satisfação dos usuários por subescalas e escala global foi muito representativa visto que, quando perguntado sobre a satisfação com a discussão sobre o seu tratamento, 100% responderam satisfeito, bem como 97,4% disse estar satisfeito com a ajuda dos profissionais. O presente estudo mostrou que a escala EMP é uma medida sensível para avaliar os resultados do tratamento, pois indica os pontos positivos e negativos do tratamento sobre a vida do paciente. E ambas as escalas estão adaptadas ao contexto brasileiro e apresentam equivalência semântica com a escala original. Elas serviram para avaliar os resultados do tratamento, na percepção dos seus usuários, dando subsídios para os profissionais se adequarem a um novo processo de serviço que proporcione melhorias em relação aos aspectos físicos do PAA e uma reflexão sobre os aspectos positivos da avaliação. Contudo, a falta de estudos nesta área com esta metodologia, dificultou a discussão dos resultados, visto que a replicação desta metodologia em outros programa e serviços que atendam essa demanda brasileira permitirá a comparação de desempenho entre elas, propiciando uma disseminação da prática de avaliação.