HEMORRAGIA PÓS-PARTO: DETERMINANTES E CONHECIMENTOS DOS PROFISSIONAIS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO

Nome: ALENDIANA DA SILVA SANTOS

Data de publicação: 25/02/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BARBARA ALMEIDA SOARES DIAS Examinador Externo
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Presidente
MARA REJANE BARROSO BARCELOS Examinador Interno

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar a magnitude da hemorragia pós-parto
(HPP) no Brasil sob diferentes perspectivas. Para isso, foram realizados dois estudos

com metodologias distintas. O primeiro buscou desenvolver um modelo teórico-
conceitual sobre a HPP e descrever as características das mulheres acometidas por

essa condição na pesquisa “Nascer no Brasil”, uma análise descritiva, baseada em 47
casos de HPP identificados. Os resultados indicam que a maioria das mulheres
afetadas pela HPP se autodeclarou racialmente não branca (72,3% ou 34) e estava
na faixa etária de 20 a 34 anos (61,7% ou 29). Em termos educacionais, 76,6% (36)
não haviam concluído o ensino médio, e 59,6% (28) relataram ter recebido suporte
emocional duradouro. Entre as condições clínicas, 6,4% (3) apresentavam anemia, e
27,6% (13) estavam com sobrepeso. Quanto aos fatores obstétricos, 8,5% (4) das
mulheres tiveram complicações hipertensivas, e, apesar de todos os partos terem sido
normais, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial da Saúde
(OMS), 51,1% (24) das mulheres sofreram algum trauma genital durante o parto.
Ainda, 19,1% (9) dos recém-nascidos apresentaram macrossomia, fator que pode
aumentar os riscos maternos e neonatais. A conclusão do estudo sugere que
vulnerabilidade socioeconômica, acesso limitado à assistência obstétrica e condições
clínicas desfavoráveis elevam o risco de HPP, e a ocorrência de traumas genitais
reforça a necessidade de revisão das práticas obstétricas. O segundo estudo teve
como objetivo avaliar o perfil e as práticas dos profissionais de saúde quanto ao
manejo da HPP nas maternidades do Espírito Santo (ES) de acordo com o tempo de
experiência profissional. Foi realizado um estudo transversal com 254 profissionais
(médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem), utilizando um questionário que
abordava práticas críticas, como administração de uterotônicos, verificação do pulso
e avaliação do útero atônico. Os resultados mostram que uma porcentagem
significativa dos profissionais não realiza essas práticas essenciais, o que pode
impactar negativamente a gestão das HPP. Apenas 44,9% (114) dos profissionais
realizaram exames para identificar a causa da HPP, somente 9,1% (23) administraram
medicamentos uterotônicos, e 16,1% (41) realizaram a verificação do pulso. Embora
a realização da massagem uterina não tenha apresentado diferenças significativas
entre os grupos, apenas 28,7% (73) realizaram a intervenção e somente 9,4% (24)
relataram ter realizado compressão uterina bimanual. Por fim, apenas 30,7% (78)
realizaram a avaliação da atonia uterina. A realização das práticas essenciais foi mais
frequente entre os profissionais com maior experiência, sugerindo que a formação e
o tempo de prática influenciam a eficácia nas intervenções. Esses achados ressaltam
a importância de programas de formação continuada que integrem a educação teórica
e prática para todos os profissionais de saúde, independentemente do nível de
experiência, para assegurar a implementação consistente das práticas críticas,
melhorando a segurança maternal e a qualidade do atendimento em situações de
emergência obstétrica. Novos estudos são necessários para embasar políticas
públicas que visem à saúde materna, aprofundando a compreensão dos fatores
predisponentes da HPP, investigando as barreiras à aplicação de práticas críticas e
avaliando a eficácia de intervenções educativas em diferentes contextos de trabalho.

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