ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE & O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI: UMA SOCIOANÁLISE
Nome: LUCÉLIA JAQUELINE BARBOSA DOS SANTOS OLIVEIRA
Data de publicação: 01/11/2024
Banca:
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Papel |
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JANDESSON MENDES COQUEIRO | Presidente |
THIAGO DE SOUSA FREITAS LIMA | Examinador Externo |
WELINGTON SERRA LAZARINI | Examinador Interno |
Resumo: Estudo qualitativo que teve como objetivo analisar o discurso dos profissionais de
saúde em relação a cuidado à saúde de adolescentes em conflito com a lei. O cenário
do estudo foi o município de Vila Velha, Espírito Santo. Os participantes do estudo
foram 10 profissionais de saúde que atuavam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
que realizam atendimento aos adolescentes em conflito com a lei. Os instrumentos de
produção de material foram: entrevista projetiva e diário de campo. O trabalho de
campo se deu nos meses de maio a junho de 2024. A entrevista projetiva foi agendada
previamente com cada participante e realizada mediante o uso de dispositivos
analisadores e gravador de voz. Foram realizados apontamentos no diário de campo.
As entrevistas foram transcritas e lidas de modo acurado, juntamente com os
apontamentos do diário de campo. Todo o material produzido foi analisado a partir do
referencial teórico-metodológico da Análise Institucional na vertente socioanalítica. Foi
verificado que os profissionais de saúde possuem uma percepção sobre adolescentes
associada a mudanças biológicas e psicológicas que acreditam ocorrer nesta fase da
vida, produzindo uma percepção ancorada em estereótipos ao mesmo tempo em que
percebem que a adolescência não é vivenciada igualmente por todos os indivíduos,
desvelando assim a valorização do discurso médico-biológico e agregando uma
perspectiva de caráter social ao tema. Relatam que, no âmbito da saúde, existe uma
visão estigmatizante e preconceituosa em relação aos adolescentes em conflito com
a lei. No que diz respeito ao cuidado do adolescente em conflito com a lei, no âmbito
da Atenção Primária à Saúde, o estudo identificou que ele é atravessado pelo
narcotráfico, pelos problemas estruturais existentes no Sistema Único de Saúde, pelo
estigma e preconceito, pela falta de formação dos profissionais de saúde em relação
ao tema. Também foram identificadas potencialidades em relação a esse cuidado no
aprendizado que decorre do contato dos profissionais de saúde com os adolescentes
que cumprem medidas socioeducativas e o acolhimento que é ofertado quando esses
adolescentes são atendidos nas Unidades Básicas de Saúde.