DEPRESSÃO EM MULHERES RESIDENTES EM VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
Nome: DANIELA MARISOL PEREZ ANGARITA
Data de publicação: 19/11/2024
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| FERNANDA GARCIA GABIRA MIGUEZ | Examinador Interno |
| FRANCIELE MARABOTTI COSTA LEITE | Presidente |
| GABRIELA OLIVEIRA | Examinador Externo |
| KARINA FARDIN FIOROTTI | Examinador Interno |
| LUÍSA SORIO FLOR | Examinador Externo |
Resumo: A depressão é um dos transtornos psiquiátricos complexos e
multifatoriais que afeta a saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas, considerada
como uma problemática de saúde pública que urgentemente precisa ser atendida.
OBJETIVOS: O objetivo geral desta pesquisa foi analisar os sintomas de depressão em
mulheres residentes no município de Vitória, Espírito Santo, e os fatores associados. Os
objetivos específicos foram: verificar a prevalência dos sintomas de depressão e sua
associação com as características socioeconômicas, clínicas e comportamentais em
mulheres residentes em Vitória, Espírito Santo. Identificar a prevalência de sintomas de
depressão em mulheres com histórico de violência por parceiro íntimo residentes em
Vitória, Espírito Santo. MÉTODO: Estudo transversal de base populacional,
participaram do estudo 1086 mulheres, com idade de 18 anos ou mais, residentes do
município de Vitória, Espírito Santo (ES), localizado na região Sudeste do Brasil. Para
estudar a sintomatologia depressiva (variável dependente) foi usado Beck
Depression Inventory (BDI), e, para as exposições foram aplicados questionários para
estudar as características socioeconômicas, comportamentais, clínicas (variáveis
independentes) e o instrumento sobre violência contra a mulher pelo parceiro íntimo,
denominado “World Health Organization Violence Against Women” (WHO VAW
STUDY) da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2005). As análises foram realizadas
por meio de estatística descritiva por frequência bruta, relativa e seus intervalos de
confiança de 95% (IC95%). As análises bivariadas por teste qui-quadrado (2) de
Pearson. Regressão de Poisson com variância robusta pela Razão de Prevalência (RP)
bruta e ajustada junto com os intervalos de confiança em 95% (IC95%). RESULTADOS:
A prevalência de sintomas depressivos foi de 23,9%, sendo os índices mais elevados nas
mulheres que não praticam exercício físico (RP: 1,47 IC95% 1,17-1,87), fumantes, (RP:
1,51, IC95% 1,18-1,94), com menor escolaridade (RP: 1,59; IC95% 1,19-2,12), sem
religião (RP 1,47; IC95% 1,15-1,88), com auxílio do governo (RP: 1,41; IC95%1,11-
1,80) com diagnóstico de multimorbidade (RP: 1,60; IC95% 1,29-1,98). Observou-se que
as mulheres que sofreram violência ao longo da vida tiveram uma prevalência maior de
sintomas depressivos de 2,55 pontos (IC95% 2,01-3,23) e as mulheres que sofreram
violência durante a pandemia de Covid-19 tiveram 2,24 mais prevalência de
sintomatologia depressiva (IC95% 1,82-2,75) comparadas aquelas que não sofreram
violência pelo parceiro íntimo. CONCLUSÃO: Há associação entre os sintomas
depressivos e as características socioeconômicas, clínicas e comportamentais e violência
contra a mulher por parceiro íntimo (VPI) tanto ao longo da vida como durante o período
da pandemia de covid-19. Destaca-se a importância de desenvolver ações e políticas
públicas relacionadas com o diagnóstico, prevenção e tratamento da depressão.
