SUICÍDIO DE PESSOAS LGBTQIAPN+: UMA ANÁLISE SOBRE OS MODOS DE (R)E(S)XISTÊNCIA
Nome: LUÍS FELIPE DUTRA AVELAR
Data de publicação: 18/10/2024
Banca:
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Papel |
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JANDESSON MENDES COQUEIRO | Presidente |
PAULO VITOR PALMA NAVASCONI | Examinador Externo |
RITA DE CASSIA DUARTE LIMA | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: O suicídio é um fenômeno mundial que se caracteriza por sua
complexidade e multifatorialidade. E vitima, anualmente, no mundo, mais de 700 mil
pessoas. A prevalência de comportamento suicida já foi verificada nas minorias
sexuais e de gênero, por apresentarem mais casos quando comparadas com a
população cisheterossexual, principalmente entre adolescentes e jovens, de 15 a 29
anos. O suicídio LGBTQIAPN+ é um fenômeno subnotificado e sub-registrado,
sendo ignorado pelas fichas de notificação de autolesão e pelas declarações de
óbito. Há extrema dificuldade de acesso a números oficiais, demonstrando a
negligência das políticas públicas. Objetivo: Analisar o discurso de pessoas
LGBTQIAPN+ sobre o suicídio, suas vivências e identidades, bem como os fatores
sociais, culturais e psicológicos que influenciam a construção discursiva a respeito
dessa temática. Métodos: Estudo de abordagem qualitativa em saúde coletiva
realizado com 12 pessoas autodeclaradas LGBTQIAPN+, residentes em 4
municípios na região da Grande Vitória–ES, indicadas por meio da técnica bola de
neve. A produção de dados foi por meio de entrevista semiestruturada e diário de
campo do pesquisador. Quanto à análise dos dados, esta se deu à luz do referencial
teórico da Esquizoanálise, de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Resultados: As
pessoas LGBTQIAPN+ apresentam algumas fragilidades em saúde que são
específicas a esse grupo social, todavia a exclusão social, o silenciamento, as
violências e a discriminação aparecem como fatores predominantes no
desenvolvimento de transtornos mentais que podem levar aos comportamentos
suicidas. Como formas de se fortalecer na sociedade, atualmente, os sujeitos
indicam as linhas de fuga que aumentam sua potência de vida. São elas a arte,
amizades, suporte social, estar junto com outros sujeitos LGBTQIAPN+ e os
movimentos sociais, bem como o trabalho e o acesso à educação formal. Esses
elementos são apontados como necessidades em saúde da população
LGBTQIAPN+ e precisam de investimento e fomento, acolhimento humanizado,
saúde sexual básica, ampliação do processo transexualizador e assistência
psicológica.