A INTERPROFISSIONALIDADE NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Nome: LILIAN BERTANDA SOARES
Data de publicação: 27/11/2024
Banca:
Nome | Papel |
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CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI | Presidente |
GRACE KELLY FILGUEIRAS FREITAS | Examinador Interno |
PRISCILLA CARAN CONTARATO | Examinador Externo |
RAMONA FERNANDA CERIOTTI TOASSI | Examinador Externo |
RAQUEL BARONI DE CARVALHO | Examinador Interno |
Resumo: INTRODUÇÃO: As Residências Multiprofissionais em Saúde voltam-se para a
educação em serviço e são fomento para a Educação Interprofissional (EIP) e
Prática Colaborativa (PC) por possibilitarem o convívio com uma equipe
multiprofissional. OBJETIVO: Compreender a prática interprofissional na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), abordando a educação e o trabalho
no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). METODOLOGIA: O estudo foi
realizado em duas etapas. Na primeira, realizou-se uma revisão de escopo da
literatura para identificar e mapear a literatura sobre a EIP em Residências
Multiprofissionais em Saúde no contexto da APS no Brasil, destacando suas práticas
e os fatores que influenciam seu desenvolvimento. A seleção de artigos foi realizada
em bibliotecas e bases de dados, entre setembro de 2023 e janeiro de 2024, por
duas pesquisadoras, de forma independente, utilizando o software Rayyan®. A
segunda etapa trata de uma pesquisa descritiva-exploratória, de natureza qualitativa,
realizada em Vitória, Espírito Santo, com profissionais residentes da RMSF ofertada
pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) há pelo
menos seis no Programa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas com um
roteiro semiestruturado. Para a análise de dados de ambos os estudos, utilizou-se a
Análise de Conteúdo Temática, proposta por Minayo, com o auxílio do software
IRAMUTEQ na etapa final. Utilizou-se os domínios essenciais para o
desenvolvimento da PC, propostos pelo National Interprofessional Competency
Framework, elaborados pelo Canadian Interprofiessional Health Collaborative
(CIHC) em 2010, como referencial para a análise. RESULTADOS: Foram
selecionados seis textos para compor a primeira etapa deste estudo. A análise do
material mostrou que a EIP, exercida por meio das RMSF, vem promovendo
mudanças no processo de trabalho e no relacionamento interpessoal das equipes,
além de transformações no próprio cenário, que precisa oferecer o suporte
necessário à nova forma de atuação profissional, a prática. Reforçou também, que a
EIP em RMSF melhora a colaboração entre profissionais, fortalece a assistência na
APS e fornece ideias para otimizar políticas e práticas no Sistema Único de Saúde
(SUS). Já a segunda etapa contou com a participação de 30 profissionais
residentes, de dez categorias profissionais distintas, distribuídos em oito campos de
práticas. Os resultados revelaram que a EIP não se encontra consolidada na RMSF,
embora os residentes apresentem concepções semelhantes sobre os termos EIP e
PC. Foi evidenciado o papel exercido pelo gerente da APS e pelas equipes
multiprofissionais para o desenvolvimento da EIP e da PC por meio da RMSF. As
principais práticas identificadas foram as reuniões de equipe, os grupos, as ações de
educação em saúde e os atendimentos em conjunto. CONCLUSÃO: A pesquisa
evidencia a atuação da gestão no desenvolvimento da EIP e da PC nos cenários de
prática nos quais, a RMSF está inserida e destaca a atuação do preceptor e das
equipes multiprofissionais.O estudo reforça a ideia de que o desenvolvimento da EIP
e da PC perpassa pela oportunização de espaços e momentos no cotidiano da APS,
como a reunião de equipe, em que os diversos saberes representados pelos
profissionais e usuários, interagem, com intencionalidade para promoção da EIP.
Considera-se a RMSF importante espaço para a EIP e PC.