NOTIFICAÇÕES DA COVID-19 NO ESPÍRITO SANTO, BRASIL: ENTRE MATÉRIAS JORNALÍSTICAS E DADOS OFICIAIS

Nome: PAULO VINICIUS CORDEIRO NOVAIS

Data de publicação: 05/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA Examinador Interno
ALVARO NUNES LARANGEIRA Coorientador
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Presidente
MICHELE NACIF ANTUNES Examinador Externo

Resumo: A mídia tem o poder de pautar a discussão pública ao dar visibilidade e relevância a
determinados temas. Em se tratando de mídia digital, a velocidade de propagação e
a quase infinidade de possibilidades da informação de alcançar as pessoas, a tornam
uma ferramenta poderosa, especialmente em grandes tormentas sociais, como uma
pandemia. Propôs-se analisar a comunicação jornalística por meio do fluxo de
matérias e sua relação com a epidemiologia dos casos da COVID-19 no Espírito
Santo, nos anos de 2020 a 2021. Fora utilizado, para captura das matérias
jornalísticas, um sistema robô de captura, SIGCOVID-19, tendo sido encontradas
13.121 matérias. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 783
matérias que foram inseridas no Research Eletronic Data Capture (REDCap), através
de protocolo preexistente. O número de casos novos de COVID-19 obtido, 633.014
casos, foi organizado por semana epidemiológica e posteriormente calculados
frequência relativa, correlação de Spearman e Qui-quadrado de Pearson. Embora o
ano de 2021 isoladamente tenha apresentado moderada correlação inversa (p-valor

> 0,01), não fora observada correlação significativa entre os casos novos de COVID-
19 e a divulgação de matérias nos dois anos de estudo, contrariando estudos

anteriores para doenças epidêmicas sazonais. Quanto às características editoriais,
foram observadas diferenças significativas nas variáveis Formato – Espaço Opinativo
(p-valor = 0,042), Elementos de Edição – Infográfico (p-valor = 0,041, com redução de
6,3% para 3%), Fonte Citada – Profissional de Saúde (p-valor = 0,004 e redução de
16,9% para 11%) e Elementos de Edição – Áudio (p-valor = 0,004, com aumento de
1,2% para 4%). Houve um predomínio de citações de fontes Oficiais/Governo (86,2%
das citações no biênio 2020-2021), seguida por citações a Profissionais de saúde
(14,7% das citações). Ainda que considerado o potencial como provocadora de
mudança social da mídia, ao pautar temas de discussão pública, o aumento do
número de casos parece não ter sido critério de primeira escolha para a produção de
matérias jornalísticas sobre o tema. O surgimento frequente de outras palavras-chave
como “morte”, “óbito” e “mortalidade” deixam a dúvida sobre, de fato, quais foram os
critérios de noticiabilidade utilizados para a cobertura da pandemia da COVID-19 no
Espírito Santo.

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