EFEITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA ASSOCIAÇÃO ENTRE MULTIMORBIDADE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
Nome: LARISSA CAROLINA XAVIER LACERDA LAMONATO
Data de publicação: 26/04/2024
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| ANA PAULA SANTANA COELHO ALMEIDA | Presidente |
| LEONARDO FERREIRA FONTENELLE | Examinador Interno |
| LUIZ AUGUSTO FACCHINI | Examinador Externo |
| THIAGO DIAS SARTI | Coorientador |
Resumo: O objetivo foi verificar o efeito da Atenção Primária à Saúde (APS) na associação entre
presença de multimorbidade e utilização dos serviços de emergência em adultos do
Brasil. Trata-se de um estudo de corte transversal, de base domiciliar em âmbito
nacional, sendo utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada no ano
de 2019. A regressão de Poisson foi utilizada para avaliar a utilização do serviço de
emergência entre pessoas com multimorbidade. Também foi avaliada a interação das
variáveis cobertura de Saúde da Família e orientação para a APS nessas
associações. No que se refere as principais variáveis de interesse analisadas nesse
estudo, a prevalência de multimorbidade foi de 31,2% (IC95% 30,9-31,5), a cobertura
de Saúde da Família foi de 71,8% (IC95% 71,4-72,0) e a baixa orientação dos serviços
para a APS foi de 70% (IC95% 69,1-70,9). O desfecho aqui adotado, que é o uso do
serviço de emergência, apresentou uma prevalência de 2,0% (IC 95% 1,9-2,0). Ao
analisarmos a prevalência de uso do serviço de emergência entre indivíduos com e
sem multimorbidade, observa-se que a prevalência foi duas vezes maior entre aqueles
com multimorbidade (3,1; IC95% 2,9-3,3) em comparação com aqueles sem essa
condição (1,4; IC95% 1,3-1,5). No entanto, observou-se que pessoas com
multimorbidade e com cobertura de Saúde da Família apresentaram prevalência de
utilização de serviços de emergência 20% menor que aquelas com multimorbidade e
sem cobertura de Saúde da Família (RP: 0,8; IC95% 0,6-0,9). A associação entre o
uso do serviço de emergência e a presença de multimorbidade não foi modificada pela
avaliação do serviço como altamente orientado para a APS (p = 0,956). O estudo
evidenciou que a APS exerceu um efeito positivo na associação entre multimorbidade
e utilização dos serviços de emergência. No entanto, é evidente o desafio que a
multimorbidade impõe ao sistema de saúde. Assim, sugere-se a realização de novas
pesquisas sobre esse tema, visando compreender o impacto da APS nos desfechos
em saúde de indivíduos com multimorbidade.
