ANÁLISE DAS HOSPITALIZAÇÕES POR COVID-19 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Nome: JULIANA RODRIGUES TOVAR GARBIN

Data de publicação: 17/08/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CAROLINA ROCIO OLIVEIRA SANTOS Examinador Externo
FLAVIA BATISTA PORTUGAL Examinador Interno
FRANCIELE MARABOTTI COSTA LEITE Presidente
GLENDA ROBERTA OLIVEIRA NAIFF FERREIRA Examinador Externo
THIAGO DIAS SARTI Examinador Interno

Resumo: Introdução: Por cerca de três anos, o mundo vivenciou a pandemia de uma
doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2): a COVID-19, cujo
enfrentamento se tornou um dos maiores desafios sanitários em escala global
deste século. Objetivo: Analisar as hospitalizações por COVID-19 no Estado do
Espírito Santo no período de 2020 a 2021. Metodologia: para os três artigos,

optou-se por utilizar o tipo de estudo analítico, retrospectivo. No artigo 1, utilizou-
se a análise de sobrevida, onde a variável dependente de interesse foi o tempo

transcorrido desde o primeiro dia de hospitalização até o aparecimento do óbito
por COVID-19. Já o segundo artigo analisou o tempo médio de hospitalização
por COVID-19 nas diferentes ondas e o terceiro os fatores de risco associados

à hospitalização de longo prazo em pacientes com COVID-19. A análise iniciou-
se pela organização dos bancos de dados no programa Microsoft Excel versão

10, e posteriormente foi utilizado IBM SPSS Statistics version 24 e o STATA
versão 14. Para o artigo 1, foi realizada a regressão logística múltipla com o
método de seleção de variáveis forward, teste de Log-rank e regressão de Cox.
No artigo 2, para análise da distribuição das hospitalizações conforme as ondas,
utilizou-se o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. No artigo 3, as análises
bivariadas foram realizadas usando teste qui-quadrado de heterogeneidade.
Posteriormente, foram calculadas a Razão de Odds / Odds Ratio (RO/OR),
brutas e ajustadas e seus respectivos intervalos de confiança de 95% pelo
modelo de regressão logística. O nível alfa de significância utilizado em todas as
análises foi de 5%. O presente trabalho foi submetido à aprovação da Secretaria
de Estado da Saúde do Espírito Santo e do comitê de ética em pesquisa, através
da plataforma brasil sob o parecer consubstanciado de número 5.180.941 de 20
de dezembro de 2021. Resultados: No artigo 1, a média de idade do grupo foi
de 58 anos (DP ± 18,3) e o tempo médio de internação hospitalar foi de 10,5 dias
(DP ± 11,8).p < 0,001), faixa etária de 60 a 79 anos (HR: 1,62; p < 0,001) e 80
anos ou mais (HR = 2,56; p < 0,001), presença de doença cardiovascular crônica
(HR = 1,18; p = 0,028), doença renal crônica (HR = 1,5; p = 0,004), tabagismo
(HR = 1,41; p < 0,001), obesidade (HR = 2,28; p < 0,001), neoplasias (HR = 1,81;
p < 0,001) e doença neurológica crônica ( FC = 1,68; p< 0,001). No artigo 2, as
médias dos dias de permanência no hospital esteve associada as seguintes

características dos pacientes: faixas etárias até 59 anos e de 60 a 79 anos, ensino
médio e superior, raça cor branca e não branca, sexo feminino e masculino e
morador da zona urbana (p<0,05). No que se refere à presença de comorbidades,
houve diferença estatisticamente significante para as médias dos dias de
hospitalização entre os pacientes com doença cardiovascular crônica, diabetes
mellitus e obesidade (p<0,05). No artigo 03, quanto aos fatores associados, na
primeira onda, a chance de apresentar uma hospitalização longa foi maior em
pacientes idosos (OR = 1,67; IC95% 1,35-2,06, p<0,001), em indivíduos com 10 ou
mais sintomas (OR =2,03; IC95% 1,04-3,94, p<0,05), obesos (OR= 2,0; IC95% 1,53-
2,74) e com duas ou mais comorbidades (OR= 2,22; IC95% 1,71-2,89, p<0,05). Já
na segunda onda, nos indivíduos com 60 anos ou mais (OR=2,04; IC95% 1,58-2,62,
p<0,001) e com duas ou mais comorbidades (OR= 1,77; IC 95% 1,29-2,41,
p<0,001). Aqueles indivíduos com 8 a 11 anos de estudo apresentaram 36% menos
chance (OR= 0,64; IC 95% 0,46-0,90) que os indivíduos com 12 ou mais anos.
Quanto à terceira onda, nos indivíduos com 60 anos ou mais (OR= 1,89; IC95%
1,65-2,17, p<0,001), com cinco a nove sintomas (OR= 1,52; IC95% 1,20-1,92,
p<0,001), obesos (OR= 2,2; IC95% 1,78-2,73, p<0,001) e com uma/duas ou mais
comorbidades (OR= 1,45; IC 95%: 1,22-1,72 e OR= 2,0, IC95%:1,69-2,45, p<0,001).
Conclusão: Levando-se em conta que as doenças não ocorrem por acaso, pois
são pautadas por determinantes sociais e de saúde, e que a pandemia
provocada pelo novo coronavírus atingiu grupos distintos da sociedade, o
presente estudo é de grande relevância para a Saúde Coletiva, visto que permitiu
a identificação de grupos prioritários, sendo capaz de direcionar a
implementação de estratégias de prevenção e controle mais específicas, como
aquelas que protegem idosos, gestantes, pessoas com baixa escolaridade, com
comorbidades e priorizar a testagem para detecção precoce de casos positivos.

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