IMPACTOS DA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE NOS TRABALHADORES DE UM HOSPITAL PÚBLICO ESTADUAL NO ESPÍRITO SANTO
Nome: LORENA ESTEVAM MARTINS FERNANDES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 14/03/2023
Orientador:
Nome | Papel |
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FRANCIS SODRÉ | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CARLOS EDUARDO GOMES SIQUEIRA | Coorientador |
ELDA COELHO DE AZEVEDO BUSSINGUER | Suplente Externo |
FRANCIS SODRÉ | Orientador |
JONATHAN GONÇALVES FILIPPON | Examinador Externo |
MAGDA RIBEIRO DE CASTRO SOARES | Suplente Interno |
Páginas
Resumo: As Organizações Sociais (OS) surgiram no Brasil na contrarreforma gerencial do Estado, em 1995, para diferenciar as atividades exclusivas das não exclusivas. Essa nova gestão defendia a implementação de um modelo de administração voltado para resultados. A inclusão do SUS na contrarreforma foi justificada para aperfeiçoar o desempenho dos serviços de saúde pública, através da transferência da gestão dos hospitais para Organizações Sociais de Saúde (OSS), por meio da celebração de contratos de gestão com o Poder Executivo. Esta pesquisa discutiu a terceirização da gestão, por meio de OSS, como alternativa à gestão pública, tida como ineficiente e sem qualidade e teve como objetivo analisar os impactos da gestão por OSS nos trabalhadores de um hospital estadual no Espírito Santo. Consistiu em um trabalho inédito no Brasil e teve como proposta um estudo de caso único em um hospital com mão de obra mista, servidores públicos cedidos e funcionários contratados pela OSS. Foram analisadas 40 entrevistas com profissionais médicos, de enfermagem, administrativos e multiprofissionais, as quais foram submetidas à análise documental e análise temática, baseadas na Teoria Fundamentada dos Dados ou Grounded Theory. Os achados mostraram que a gestão por OSS era autocentrada e hierarquizada. Não possuía, ou não foram concedidos indicadores nem informações significativas consolidados de RH, demonstrando a não-prioridade dada à gestão do trabalho em saúde. Houve impactos da gestão das OSS na gestão de pessoas, na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores. Os principais prejuízos foram na saúde mental dos trabalhadores, gerados pela precariedade, sofrimento, violência, sobrecarga de trabalho adoecimento mental dos empregados. As conclusões apresentaram que as OSS não agregaram qualidade nos processos de contratação e gestão dos profissionais, pois, apesar de proverem mão de obra, não o fizeram em número suficiente, não investiram em formação nem em melhoria das condições de trabalho. A gestão de OSS não demonstrou ser uma escolha adequada para a gestão desse serviço hospitalar do Sistema Único de Saúde.