ACESSO À LINHA DE CUIDADOS, CAPITAL SOCIAL E MULTIMORBIDADE COMPLEXA:
Um estudo com usuários de serviços de hemodiálise em região
metropolitana de uma capital no sudeste brasileiro

Nome: ANA CRISTINA DE OLIVEIRA SOARES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 02/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Co-orientador
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
OLÍVIA MARIA DE PAULA ALVES BEZERRA Examinador Externo

Páginas

Resumo: A doença renal crônica terminal é um problema de saúde pública, que
demanda cuidados de alta complexidade como hemodiálise. No entanto, poucos
estudos avaliam o acesso, o capital social e a multimorbidade complexa de usuários
de serviços de hemodiálise. Objetivos: Analisar fatores associados ao acesso aos
serviços de hemodiálise, capital social e multimorbidade complexa entre indivíduos
em tratamento de hemodiálise na Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV.
Método: Foi realizado um censo epidemiológico transversal analítico com a presença
de 1.024 indivíduos, sendo a coleta de dados realizada entre fevereiro e setembro de
2019. Para acesso, foram analisadas dimensões como: acessibilidade, disponibilidade
e aceitabilidade. O capital social foi categorizado como: cognitivo, estruturante e
subjacente, com dados coletados a partir do Questionário Integrado para Medir Capital
Social. Já a multimorbidade complexa foi caracterizada pela ocorrência de três ou
mais doenças crônicas afetando três ou mais sistemas orgânicos. Os dados foram
analisados a partir da estatística descritiva e regressão logística multinomial (acesso
e capital social) e binária (multimorbidade complexa). Resultados: Idade média de
54,7+ 0,59 anos, com faixa etária predominante entre 30 e 59 anos (n=528, 51,6%).
Maioria homens (n=581, 56,7%), com até 8 anos de escolarização (n=523, 51,1%);
autodeclarados pardos/pretos (n=737, 72%); com renda menor ou igual a dois
salários-mínimos (n=555, 56,2%); aposentados ou afastados do trabalho, recebendo
benefícios sociais (n =547, 54,2%); residindo na mesma cidade de realização de
hemodiálise (n =642, 62,8%). Dos indivíduos, 25,1% (n=209) se encontravam no nível
mais elevado de acesso à linha de cuidados, sendo fatores que aumentaram as
chances do nível mais baixo de acesso: faixa etária entre 30 a 59 anos (OR 2,16, IC95%
1,377–3,383); mulheres (OR 1,74, IC95% 1,11–2,72); e renda menor ou igual a dois
salários mínimos (OR 1,80, IC95% 1,17–2,76). Fatores de média cobertura de ESF (OR
0,54, IC95% 0,29–0,99); não tratamento conservador prévio (OR 0,59, IC95% 0,38–0,91);
falta de trabalho remunerado (OR 0,35, IC95 0,15–0,85); aposentadoria/licença médica
(OR 0,27, IC95% 0,12–0,64); e auto avaliação de saúde ruim ou muito ruim (OR 0,62,
IC95% 0,40–0,96) reduziram as chances do mais baixo acesso. Para capital social, a
baixa renda foi associada a maiores chances de menor capital social total (OR 1,62;
IC95%1,03–2,54) e cognitivo (OR 1,71; IC95%1,14–2,56), enquanto baixo nível de
acesso foi associado a maiores chances de menor capital social em todas as
dimensões: total (OR 2,30, IC95% 1,32–4,01), cognitivo (OR 1,78; IC95%1,04-3,04),
estruturante (OR 1,86; IC95%1,08-3,21) e subjacente (OR 2,17; IC95%1,25-3,76). Entre

os indivíduos, 81% (n=815) apresentaram multimorbidade complexa. Já o Baixo Índice
de Mortalidade Geral do município (OR 0,395; IC95% 0,179–0,870), idade entre 19 e 29
anos (OR 0,402; IC95% 0,196-0,825), mais de oito anos de escolarização (OR 0,536;
IC95% 0,29–0,966) e auto avaliação positiva de saúde (OR 0,446; IC95% 0,301–0,661)
reduziram as chances de Multimorbidade Complexa. A hemodiálise há menos de dois
anos aumentou a chance de Multimorbidade Complexa (OR 1,779; IC95% 1,057-2,997).
Conclusão: Características contextuais, individuais e comportamentos de saúde
influenciam o acesso aos serviços, capital social e multimorbidade complexa entre
usuários de hemodiálise na RMGV.

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