Fatores associados à hipovitaminose D em crianças e adolescentes participantes de um projeto social
Nome: POLYANA ROMANO OLIOSA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/10/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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JOSE GERALDO MILL | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ELIZABETE REGINA ARAÚJO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
ERIKA CARDOSO DOS REIS | Examinador Externo |
JOSE GERALDO MILL | Orientador |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Examinador Interno |
STEPHANIE REZENDE ALVARENGA MOULIN MARES | Examinador Externo |
Resumo: Estudo quantitativo, descritivo e analítico, de corte transversal, desenvolvido
por coleta e análise de dados bioquímicos, antropométricos, sociodemográficos
e de hábitos de vida em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, matriculados
na instituição denominada "Estação Conhecimento", localizada no bairro
Cidade Continental, Serra, Espírito Santo. As recomendações dos parâmetros
séricos de vitamina D são baseadas em indicadores de saúde óssea, incluindo
presença de raquitismo e osteomalácia, densidade mineral óssea e absorção
de cálcio, porém, a vitamina D possui importante papel metabólico no
organismo e em crianças e adolescentes, estudos mostram que a
hipovitaminose D está relacionada com obesidade e desordens metabólicas
além de estar associada a fatores cardiometabólicos e dislipidemia. Na
população brasileira, os dados ainda são incipientes, dessa forma, o presente
estudo visa descrever a prevalência de hipovitaminose D na população
estudada, escolares saudáveis além de descrever os fatores associados à
hipovitaminose D e a necessidade de realizar medidas de prevenção e
controle. Os resultados da tese foram apresentados em 3 artigos científicos. O
primeiro artigo intitulado como Associação da exposição solar e sazonalidade
com os níveis de vitamina D em crianças e adolescentes brasileiros teve como
resultado que os participantes que realizaram atividades ao ar livre, assim
como aqueles que tiveram dados coletados durante o verão e a primavera,
apresentaram níveis mais elevados de vitamina D. De acordo com a regressão
de Poisson, a proporção de participantes com níveis inadequados de vitamina
D foi maior nos participantes avaliados durante a primavera (PR 1,15, IC 95%
1,03 - 1,29) e o inverno (PR 1,18, IC 95% 1,05 - 1,32). Além disso, maior
proporção de vitamina D inadequada foi observada para aqueles envolvidos em
atividades internas (RP 1,08, IC 95% 1,01-1,15). O segundo artigo intitulado
como Mediação do efeito da vitamina D na modulação do índice HOMA-IR em
crianças e adolescentes, identificamos que a concentração de insulina foi
significativamente maior entre as meninas classificadas com concentração
deficiente de vitamina D, em comparação àquelas que apresentaram
concentração suficiente (p=0,005). Meninos praticantes de atividades ao ar
livre apresentaram maior vitamina D. Para meninas, insulina (12,5 mcUI/mL ±
6, vs 10,1 mcUI/mL ± 6,9; p= 0,022) e glicose (91,6 mg/dL ± 7,0 vs 89,2 mg/dL
± 6,7; p= 0,022) foi menor em praticantes de atividade física ao ar livre. Na
análise de Path não houve associação entre atividade física e HOMA-IR. A
vitamina D foi associada ao HOMA-IR (p=0,015). O terceiro artigo foi um
descritivo da metodologia do estudo, denominado Protocolo de estudo para
detecção de deficiência de vitamina D em uma população saudável de crianças
e adolescentes brasileiros que demonstra como foi realizado o cálculo
amostral, assim como a metodologia para coleta de dados para os principais
fatores que afetam a concentração de vitamina D como sexo, idade, raça-cor e
percentual de gordura e o contato com o sol, devendo ser levados em
consideração nas análises da vitamina D em crianças e adolescentes. É
urgente a necessidade de estudos sistematizados sobre a prevalência de
hipovitaminose D na população brasileira e latino-americana, para que
possamos identificar a real situação de crianças e adolescentes diante dessa
deficiência.