Impacto do Tratamento Endodôntico na Qualidade de Vida

Nome: BRUNA SCARLOT AVANCINI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 02/08/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZABETE REGINA ARAÚJO DE OLIVEIRA Examinador Interno
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Suplente Interno
LUDMILLA AWAD BARCELLOS Suplente Externo
MARIA GABRIELA HAYE BIAZEVIC Examinador Externo
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Orientador

Resumo: A dor de origem dental, provocada pelas doenças da polpa e do periápice, pode ocasionar afastamento de atividades sociais, escolares ou trabalhistas, causando sofrimento físico e psicológico, além de prejuízos financeiros, tendo assim um impacto negativo no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos. Frente a isto, o tratamento endodôntico mostra-se como uma opção terapêutica eficaz, de caráter conservador e capaz de devolver a função ao elemento dental. O objetivo do presente estudo foi analisar se a realização do tratamento endodôntico é capaz de promover melhoria na qualidade de vida. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo de intervenção não-controlada do tipo “antes e depois”, que analisou o impacto na qualidade de vida e fatores socioeconômicos associados, através da aplicação do questionário OHIP-14 antes e depois da realização do tratamento. Foi analisada uma amostra inicial composta por 312 participantes que procuraram atendimento na clínica de endodontia da ABO-ES, e uma amostra final composta por 148 participantes que finalizaram o tratamento endodôntico. A associação entre variáveis foi verificada pelo teste exato de Fisher, para avaliar a força da associação entre as variáveis, foi calculada a razão de chances (OR), para analisar o efeito das dimensões combinadas do instrumento OHIP-14, foi utilizado o teste de Mantel-Haenszel. A comparação do impacto no segundo momento em relação ao primeiro foi realizada através do teste não-paramétrico de Wilcoxon. Na amostra inicial, 87,8% dos indivíduos declararam impacto, sendo os domínios mais relatados: desconforto psicológico (76%) e dor física (67,3%). O perfil sociodemográfico dos participantes da primeira amostra foi de maioria feminina (63,1%), com idade de até 43 anos (51,6%), parda (45,5%), casada ou que vive com companheiro(a) (53,2%), residente no município de Serra (51,3%), que estudou por 13 anos ou mais (78,9%), pertencente às classes C/D/E (66%) e que utilizou o Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso a serviços de saúde bucal nos últimos 12 meses ou que não teve acesso (53,2%). Predileção de impacto esteve associada a indivíduos do sexo feminino, não-brancos, que vivem sem companheiro(a), que estudaram por 13 anos ou mais, pertencentes às classes C/D/E e que acessam serviços de saúde bucal através do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que não têm acesso. Já na amostra final, o perfil demográfico da população analisada foi de maioria feminina (59,5%), com idade de até 43 anos (53%), parda (45,3%), casada ou que vive com companheiro(a) (54,1%), residente no município de Serra (51,3%), que declarou ter estudado por 13 anos ou mais (83%), ser pertencente às classes C/D/E (62,9%) e ter utilizado serviços privados para ter acesso a serviços de saúde bucal nos
últimos 12 meses anteriores à pesquisa (54,1%). O impacto na qualidade de vida após a realização de tratamento endodôntico foi declarado por apenas 10 pessoas (6,8%), sendo que os domínios com maior impacto relatado após o tratamento foram desconforto psicológico (3,4%), dor física (3,4%) e incapacidade psicológica (3,4%). Foi possível observar a diminuição da frequência de impacto em todos os domínios analisados pelo OHIP-14, e também uma diminuição na frequência geral de 92,3% no período de um mês. Os achados deste estudo comprovam a capacidade do tratamento endodôntico em melhorar a qualidade de vida e podem orientar na criação de políticas públicas de saúde que visem aumentar o acesso à essa terapia de forma universal.

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