O Enfrentamento da Tuberculose em Migrantes Internacionais e Refugiados no Brasil
Nome: SÔNIA VIVIAN DE JEZUS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/08/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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ADRIANA ILHA DA SILVA | Co-orientador |
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA ILHA DA SILVA | Coorientador |
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Examinador Interno |
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL | Orientador |
LILIANE CAPILE CHARBEL NOVAIS | Examinador Externo |
RICARDO ALEXANDRE ARCÊNCIO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: Introdução: Os migrantes internacionais e refugiados são um grupo de alta prioridade para medidas de controle da tuberculose devido à sua alta exposição a fatores de risco como pobreza e vulnerabilidade social. Objetivos: Compreender o processo de adoecimento de TB em migrantes internacionais, refugiados e solicitantes de refúgio a partir da perspectiva da epidemiologia crítica; identificar as barreiras e facilitadores para o enfrentamento da tuberculose em migrantes internacionais, refugiados e solicitantes de refúgio; identificar fatores associados à TB infecção entre migrantes internacionais residentes em quatro capitais brasileiras e analisar um Plano de Ação Local para promover o acesso ao sistema de saúde de indígenas venezuelanos da etnia Warao em Manaus, Brasil, sua implementação, experiências e impacto na perspectiva dos profissionais de saúde e dos próprios migrantes. Métodos: apresentados no formato de artigos: (1) revisão de escopo; (2) estudo transversal, realizado em setembro e outubro de 2020, com 903 migrantes internacionais, residentes em quatro capitais brasileiras: Boa Vista / RR (458), Manaus / AM (136), São Paulo / SP (257), e Curitiba / PR (52). Coleta de dados por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre características pessoais, informações sobre a TB e uso de medidas preventivas e teste tuberculínico, com leitura após 72 horas e com enduração de >5 mm como ponto de corte positivo. Teste qui-quadrado (X 2) e o teste exato de Fisher, ambos bicaudais, foram usados para comparar níveis estatisticamente significativos de associação entre as características sociodemográficas dos migrantes, vulnerabilidade e tuberculose infecção. A regressão logística binária foi aplicada para calcular os odds ratios e respectivos intervalos de confiança de 95%. Para todos os testes, o erro tipo I de 5% foi definido como estatisticamente significativo (p <0,05); (3) um estudo de métodos mistos, com dados quantitativos e questionário autopreenchido por profissionais de saúde; e qualitativos com roteiro de entrevista com os warao abrigados em Manaus. Aplicou-se estatística descritiva, análise de agrupamento (AG) por níveis hierárquicos e análise de correspondência múltipla (AMC). A análise de conteúdo foi aplicada aos
dados qualitativos. Resultados: Na revisão foram incluídos 10 estudos e emergiram duas categorias empíricas: barreiras (11) e facilitadores (10). No artigo 2, a prevalência de tuberculose infecção entre migrantes foi de 46,1% em Manaus / AM, 33,3% em São Paulo / SP, 28,1% em Curitiba / PR e 23,5% em Boa Vista / RR. Os fatores associados à infecção latente foram idade, sexo masculino e raça parda ou indígena. No artigo 3, participaram do estudo 106 profissionais de saúde, com as seguintes características: 94 (88,7%) do sexo feminino, 67 (63,2%) pardo raça/cor, 40 (37,7%) atuantes na atenção básica e 49 (46,2%) enfermeiros. Além disso, 43 (40,6%) dos profissionais de saúde relataram prestar atendimento ao Warao. Entre os provedores, 89 (84%) receberam treinamento para atendimento. Além disso, 30 Warao participaram das entrevistas na fase qualitativa. As barreiras para buscar atendimento foram: idioma, distância das unidades de saúde e falta de dinheiro para transporte. Conclusão: O estudo mostrou que existem diversas barreiras e facilitadores para o enfrentamento da tuberculose, alta prevalência de tuberculose infecção entre migrantes internacionais. O plano de atenção local provou facilitar o acesso ao sistema de saúde por indígenas venezuelanos da etnia Warao em Manaus e melhorar o acesso ao sistema de saúde.