Insegurança alimentar, estado nutricional e sintomas depressivos de idosos residentes em comunidade
Nome: MARLUS HENRIQUE QUEIROZ PEREIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 04/08/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ELIZABETE REGINA ARAÚJO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI | Examinador Interno |
MARIA CARMEN VIANA | Suplente Interno |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Orientador |
POLIANA DE ARAÚJO PALMEIRA | Suplente Externo |
Páginas
Resumo: A Insegurança Alimentar (IA) é um estado que se caracteriza por uma instabilidade e irregularidade no acesso aos alimentos, gerando alterações na qualidade e quantidade da dieta de indivíduos e famílias. Essa condição produz impactos negativos no consumo alimentar, que repercutem no estado nutricional, condição de saúde e desfechos mentais como ansiedade, estresse e depressão. Entre idosos, esta situação muitas vezes tende a ser mais grave pelas mudanças sociais, econômicas, psicológicas e de saúde que ocorrem no processo de envelhecimento. Com esse cenário, bem como considerando o crescimento da população idosa e a escassez de estudos realizados, torna-se necessário investigar como a IA influencia o estado nutricional e a saúde mental de idosos. Assim, esta tese objetivou estudar a relação entre IA, estado nutricional e Sintomas Depressivos (SD) em idosos de comunidade. Os aspectos metodológicos foram organizados em duas seções: uma revisão sistemática, de acordo com a recomendação Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), com busca realizada em cinco bases de dados: Pubmed, Scopus, Lilacs, Embase e Web of Science; e um segundo estudo, com desenho transversal; realizado com amostragem representativa, composta por idosos cadastrados nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Barreiras/Bahia. Com isso, os resultados da tese foram apresentados em forma de três artigos científicos. O primeiro, realizado por meio da revisão sistemática, buscou identificar associação entre IA e estado nutricional, mostrando que existe uma relação entre IA, principalmente a grave e desnutrição (45,4% dos estudos); bem como IA leve com o excesso de peso (27,3% dos estudos). Ou seja, IA relaciona-se a uma dupla carga de desfechos nutricionais, a depender da intensidade. O segundo artigo buscou avaliar a associação entre desnutrição e IA em idosos que vivem em comunidade, atendidos na ESF. Os resultados mostraram uma prevalência de desnutrição/risco de desnutrição de 35,2% e 63,5% de IA, bem como, que domicílios com idosos em IA moderada/grave apresentaram quase três vezes mais chance (OR 2,97; IC95%1,37-6,44) para ter desnutrição quando comparados com aqueles em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Já o terceiro artigo, avaliou a associação entre sintomas depressivos e IA, revelando uma prevalência de SD de 27,5% e 63,3% de IA, bem como que domicílios com IA leve apresentaram 3 vezes (OR=3,02; IC95%1,42-6,39) mais chances de desenvolverem SD, enquanto que aqueles em IA moderada/grave a chance foi 5 vezes maior (OR=5,01; IC95% 2,30-10,92). De forma sucinta, esta tese
defende que a Insegurança Alimentar pode ser considerada um grande problema de saúde pública, diante das elevadas prevalências observadas, bem como sua associação com a desnutrição/risco de desnutrição e os sintomas depressivos em idosos comunitários.