ANÁLISE DA MORTALIDADE POR COVID-19 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Nome: LARISSA SOARES DELLANTONIO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/03/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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FRANCIÉLE MARABOTTI COSTA LEITE | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA | Examinador Interno |
RODRIGO RIBEIRO RODRIGUES | Examinador Externo |
THIAGO NASCIMENTO DO PRADO | Examinador Interno |
Páginas
Resumo: Introdução: A Covid-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2
impactou o mundo inteiro, tornando-se a maior pandemia dos últimos cem anos
e causando mais de 429 milhões de casos e aproximadamente 6 milhões de
morte em mundo todo. Objetivo: Analisar a gestão da pandemia e a mortalidade
por Covid-19 no estado do Espírito Santo, no período de 2020 a 2021.
Metodologia: foi realizado um estudo híbrido, onde inicialmente foram feitos dois
estudos de caráter descritivos para relatar a experiência da Vigilância
Epidemiológica no enfrentamento da pandemia no Espírito Santo e um segundo
sobre a qualidade da informação dos óbitos por Covid-19 no estado do Espírito
Santo. O terceiro estudo foi do tipo observacional, no qual se utilizou dados
secundários de mortalidade por Covid-19 ocorridos no estado do Espírito Santo
entre 01 de abril de 2020 a 31 de agosto de 2021, estratificados pelas três ondas
da pandemia. A população do estudo foram todos os registros com o desfecho
óbito por Covid-19 recuperados da base de dados e-SUS VS. Os programas
utilizados nas análises foram o IBM SPSS Statistics version 24 e o STATA versão
15.1 (StataCorp, College Station, TX, USA). O teste de Kolmogorov & Smirnov
foi utilizado para avaliar a distribuição de probabilidade e normalidade dos dados.
O teste do qui-quadrado de Pearson verificou a relação entre as variáveis
sociodemográficas e clínicas e as ondas de incidência de óbitos. E quando este
não teve as suas premissas atendidas, se utilizou o teste Exato de Fisher. O
teste de Friedman comparou o tempo entre o diagnóstico e o óbito entre as
ondas, e, a regressão quantílica simples relacionou o tempo entre o diagnóstico
e o óbito em cada onda de incidência de óbito. A regressão multinomial múltipla
com o método de seleção de variáveis forward associou o vínculo público com
as variáveis sociodemográficas e clínicas. O nível alfa de significância utilizado
em todas as análises foi de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa sob o parecer no 4.166.025 de 21 de julho de 2020. Resultados: A
experiência do enfrentamento da pandemia no Estado do Espírito Santo
demonstrou o potencial que uma gestão estadual pode alcançar ao promover a
articulação dos diferentes órgãos governamentais para um objetivo em comum,
neste caso, conter a pandemia no território estadual. Quanto a qualidade da
informação dos óbitos, as variáveis de identificação do caso e variáveis de
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condição foram classificadas com completude excelente. Dentre as variáveis de
evolução, apenas internação foi classificada como regular. As variáveis
laboratoriais, apenas PCR apresentou completude excelente, enquanto as
variáveis teste rápido e sorologias para IgG e IgM foram classificadas com
boa completude. O tempo médio entre diagnóstico e o óbito foi de 18,5 dias na
primeira onda, 20,5 dias na segunda onda e 21,4 dias na terceira onda. Os óbitos
ocorridos nos hospitais públicos, na primeira onda, estiveram associados às
seguintes variáveis: imunodeficiência; obesidade; neoplasia e procedência. Na
segunda onda apresentou associação com a escolaridade; saturação O2 < 95%;
doença neurológica crônica, bem como, procedência. Enquanto na terceira onda
os óbitos foram associados a raça/cor; escolaridade, dificuldade respiratória;
congestão nasal ou conjuntival; irritabilidade/confusão; adinamia/fraqueza;
doença cardiovascular crônica; neoplasias, e diabetes mellitus; indivíduos
procedentes da Região Metropolitana, da Região Central/Norte do estado. A
procedência esteve assoada ao desfecho nas três ondas da pandemia, no
mesmo sentido que a escolarida na segunda e terceira onda (p<0,05).
Conclusão: Pode-se observar que durante a pandemia a resiliência do Sistema
Único de Saúde foi testada de diversas formas e que foi necessária a articulação
de diferentes atores para uma intervenção positiva no difícil cenário. Ainda,
ratifica-se a ótima qualidade do banco do estado e a validade do estudo. Os
óbitos ocorridos nos hospitais públicos apresentaram associação com
características sociodemográficas e clínicas. A análise dos óbitos pela Covid-19
é de extrema relevância para subsidiar a gestão no ordenamento da Rede de
Atenção à Saúde.