DETERMINANTES SOCIAIS DO ABSENTEÍSMO DE DIABÉTICOS ÀS CONSULTAS ESPECIALIZADAS

Nome: MARCELLE LEMOS LEAL SANTOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/03/2021

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEONARDO FERREIRA FONTENELLE Examinador Externo
NAGELA VALADÃO CADE Orientador
THIAGO DIAS SARTI Examinador Interno

Páginas

Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) enquanto doença crônica demanda
acompanhamento regular pelos serviços de saúde, e o absenteísmo às consultas
médicas, frequente em nosso cenário de saúde, dificultam o controle da doença e o
acesso de outros pacientes ao serviço de saúde. Objetivo: Analisar o absenteísmo
em consultas especializadas de diabéticos agendados pelo Sistema de Centrais de
Regulação (SISREG) no Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo (ES).
Métodos: Estudo transversal realizado por meio de dados primários e secundários
com 472 diabéticos ≥ 18 anos agendados em consulta com endocrinologista no
SISREG-ES. Elaborou-se um questionário para avaliar o acesso segundo as
dimensões disponibilidade, viabilidade financeira e aceitabilidade. Para determinar a
confiabilidade do questionário, foram realizadas análises de reprodutibilidade por
teste-reteste e avaliação da consistência interna pelo alpha de Cronbach. A estrutura
configural e congruência teórico-empírica foram determinadas segundo análise de
componentes principais com rotação ortogonal varimax. As variáveis das dimensões
do acesso (disponibilidade, viabilidade financeira e aceitabilidade) foram utilizadas
para estimar a associação com o absenteísmo por meio de regressão logística para
as análises bruta e ajustada. Foi elaborado modelo hierárquico dos Determinantes
sociais de saúde (DSS) do absenteísmo de diabéticos em cinco níveis:
socioeconômico e demográfico, acesso aos serviços de saúde, psicossociais,
comportamentais e clínicos do diabetes mellitus. As associações no modelo foram
analisadas mediante regressão logística hierárquica. Resultados: Foram produzidos
três artigos científicos que abordaram o absenteísmo de diabéticos às consultas com
o endocrinologista no SUS no ES. O Artigo 1 (aceito) originou um questionário sobre

acesso dos diabéticos à consulta com endocrinologista com 15 questões e três
dimensões: disponibilidade (α de Cronbach 0,669), viabilidade financeira (α de
Cronbach 0,526) e aceitabilidade (α de Cronbach 0,568). No segundo artigo foi
identificada associação entre o absenteísmo e as variáveis: residir a menos de 10
quilômetros do prestador da consulta (OR: 1,814; IC95%: 1,166 – 2,823, p 0,008);
necessitar de transporte (OR: 4,893, IC95%: 2,540 – 9,424, p<0,001) e ter gastos
financeiros para comparecer à consulta (OR: 2,057, IC95%: 1,230 – 3,441, p 0,006).
No Artigo 3 os DSS associados ao absenteísmo de diabéticos foram: renda domiciliar
per capita maior que R$ 499,00 (OR=1,668, IC95%: 1,009-2,756), tempo de espera
(OR=0,997, IC95%: 0,995-0,999), consumo de bebida alcoólica (OR=1,821,
IC95%:1,031-3,239), obesidade (OR=1,773, IC95%: 1,134-2,773), uso de
hipoglicemiante oral e insulina (OR=2,2, IC95%:1,09-4,44) e ter complicações do DM
(OR=2,03, IC95%:1,297-3,179). Conclusão: O conhecimento dos DSS relacionados
ao absenteísmo de diabéticos no SUS permitiram compreender os processos que
produzem e são mediadores das desigualdades em saúde, o que é imprescindível
para que seja possível buscar formas de enfrentamento. As evidências produzidas
podem contribuir para avaliação de prioridades e implementação da Rede de Atenção
às pessoas com DM, assim como subsidiar a reformulação das linhas de cuidado para
essa população no ES para minimizar as altas taxas de absenteísmo na Atenção
Ambulatorial Especializada.

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