IMPACTO DOS CUSTOS CATASTRÓFICOS NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM TUBERCULOSE EM 5 REGIÕES DO BRASIL

Nome: LETICIA MOLINO GUIDONI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 10/08/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA ILHA DA SILVA Suplente Interno
AFRÂNIO LINEU KRITSKI Examinador Externo
ELIANA ZANDONADE Coorientador
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador
GEISA FREGONA CARLESSO Examinador Interno

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Resumo: Introdução: Os altos custos do tratamento da tuberculose (TB) podem ser
empobrecedores para as famílias. Custos de cuidados acima de 20% da renda familiar
anual pré-doença são considerados catastróficos. Este estudo teve como objetivo
avaliar o impacto econômico em nível familiar da doença no Brasil. Métodos: Foi
realizado um inquérito multicêntrico durante 2016-2018 em 14 unidades de saúde
localizadas em uma capital de cada uma das 5 regiões do Brasil (Nordeste, Norte,
Sudeste, Sul e Centro-oeste). O questionário da pesquisa foi adaptado da ferramenta da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para estimar os custos dos pacientes. A
população do estudo foi recém-diagnosticada com tuberculose sensível a drogas que
completou pelo menos um mês de tratamento. Os custos totais incluíram custos diretos
e indiretos incorridos no pré-diagnóstico e durante o diagnóstico e tratamento. A carga
dos custos dos agregados familiares dos doentes foi calculada como a soma dos custos
diretos, indiretos e de enfrentamento divididos pelo rendimento do agregado familiar
anual antes da doença, com um limiar para o custo catastrófico ≥ 20%. A pobreza foi
medida usando o limiar do Banco Mundial de $ 5.5 dólares por dia. Resultados: 350
pacientes foram incluídos. A porcentagem de participantes com custo catastrófico foi de
41%. Quanto ao desfecho do tratamento, 80% dos pacientes curaram. Dos pacientes
que não apresentaram desfecho de cura, 63% tiveram custo catastrófico acima de 20%,
com risco relativo ajustado de 2,53 (IC95%: 1,13-5,67). Dos participantes 65%
apresentaram alguma sequela social durante o tratamento, dentre eles divórcio com
risco relativo ajustado de 5,29 (IC95%: 1,39-20,05). Os determinantes para o desfecho
do tratamento foram custo catastrófico e divórcio. Conclusão: Embora o tratamento seja
financiado pelo governo, a tuberculose continua a resultar em custos catastróficos e
empobrecimento para muitos lares no Brasil. Há uma necessidade de avaliar maneiras
de reduzir os custos gerados pela doença antes do diagnóstico e durante o tratamento.

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