IMPACTO DAS MENSAGENS DE TEXTO COMO LEMBRETE NA ADESÃO ÀS CONSULTAS PARA REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA: UM ESTUDO ALEATORIZADO

Nome: JONATHAN GRASSI RODRIGUES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELIANA ZANDONADE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
KARLA ANACLETO DE VASCONCELOS Suplente Externo

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Resumo: O absenteísmo do usuário às consultas representa um problema frequente
nos diversos segmentos do sistema de saúde. Fato esse que pode ser
reflexo das dificuldades de acesso a esses serviços, o que implica em perda
financeira para o sistema, bem como prejuízos na continuidade do
tratamento. Objetivando a elaboração de estratégias que visem dirimir esse
problema, se faz necessário reconhecer as principais causas do fenômeno. O
propósito deste estudo foi testar o impacto de um lembrete por mensagem
eletrônica de texto, via WhatsApp®, sobre a taxa de absenteísmo nas
consultas de subespecialidades pediátricas do Hospital Universitário
Cassiano Antônio Moraes (Universidade Federal do Espírito Santo, Brazil).
Esse ensaio clínico aleatorizado foi composto por dois grupos. O grupo
controle foi composto por sujeitos que não receberam o lembrete da consulta
por mensagem de texto, refletindo o padrão usual de cuidado. Os
participantes do grupo experimental receberam um aviso por WhatsApp® em
até 48 horas antes da consulta. Foram incluídos no estudo todos os usuários
agendados (primeira vez e retornos) para consulta em cardiologia pediátrica,
consulta em cirurgia pediátrica, gastroenterologia pediátrica e pediatria geral.
Foram excluídos os sujeitos que não possuíam telefone celular e usuários
cuja consulta estava programada para menos de dois dias. A comunicação
foi unidirecional e o usuário não conseguia retorno caso respondesse a
mensagem. Para as análises estatísticas foram construídas tabelas de dupla
entrada, com as variáveis do estudo e o desfecho (paciente compareceu
versus paciente faltou). Apresentou-se os percentuais e realizou-se o teste
Qui-quadrado de associação. O nível de significância estatística estabelecido
foi p= 0,05. Um total de 998 participantes foi incluído para a análise final: 579
consultas foram randomizadas no grupo experimental e 419 foram alocadas
no grupo controle. A amostra foi composta, majoritariamente, por pacientes
do sexo masculino, representando 59% dos participantes. A taxa de
absenteísmo no grupo experimental foi de 24% (n= 139/579) e no grupo
controle, 25,5% (n = 107/419), representando uma diferença de 1,5% (p =
0,580). No que diz respeito às variáveis sexo, especialidade, turno, tipo de
atendimento e município, verifica-se que não há uma associação com a

presença ou ausência nas consultas, evidenciadas pelo valor-p > 0,05. Em
relação aos dias da semana, a taxa de absenteísmo era particularmente mais
alta para consultas agendadas na segunda-feira, com 30% (p = 0,009). Os
resultados das análises do grupo controle mostraram que a taxa de
absenteísmo na segunda-feira foi estatisticamente significante (p = 0,003).
Em contrapartida, no grupo experimental, essa variável não apresentou
significância (p = 0,529). Por fim, não houve diferença nas taxas entre o
grupo experimental e o grupo controle para a variável dia da semana (p =
0,518). Globalmente, o uso de lembretes por mensagens de texto em estudos
com diferentes populações reduz a taxa de absenteísmo das consultas. No
entanto, nossas descobertas sugerem que o envio de mensagens de texto
via WhatsApp®, como lembretes de consulta, não é uma ferramenta eficaz
na redução do absenteísmo de subespecialidades pediátricas.

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