Consumo de Bebidas Alcoólicas e Alterações na Pressão Arterial no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil)
Nome: JULIANA SCHADE COELHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/12/2019
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
MARIA CARMEN MOLDES VIANA | Examinador Interno |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Orientador |
NAGELA VALADÃO CADE | Suplente Interno |
RAFAEL DE OLIVEIRA ALVIM | Examinador Externo |
TAÍSA SABRINA SILVA PEREIRA | Suplente Externo |
Resumo: O consumo excessivo de álcool está relacionado com aumento da pressão arterial. O
objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre o consumo de álcool e mudanças
na pressão arterial após 3,3 anos em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde
do Adulto - ELSA-Brasil. Foram analisados dados de 3.990 participantes de 35 a 74
anos, ambos os sexos, de seis instituições de ensino e pesquisa na linha de base
(2008-2010) e seguimento (2012-2014). Participantes com hipertensão na linha de
base foram excluídos. Dados socioeconômicos, hemodinâmicos, antropométricos e
de saúde foram coletados em dois momentos. Hipertensão foi definida como pressão
arterial sistólica ≥140 mmHg e/ou a diastólica ≥90 mmHg e/ou uso de medicamento
anti-hipertensivo. Utilizou-se questionário com perguntas fechadas para investigar o
padrão de ingestão e frequência de consumo de álcool. A mudança do consumo foi
estimada com a subtração do total consumido na onda 2 e no início do estudo. Após
isso, os valores foram categorizados em quintis. Os valores também foram
categorizados em estável (valor 0), redução (<0) e aumento (>0). Foi utilizada
ANOVA e teste pos-hoc de Tukey para avaliar a relação entre a mudança do consumo
e variáveis de saúde, e teste t pareado para comparar os momentos. Foram testados
modelos brutos e ajustados da regressão linear multivariada. O nível de significância
adotado foi de 5%. Verificou-se aumento das variáveis hemodinâmicas e de consumo
de álcool em ambos sexos, sendo de 1,6g/dia nos homens e 0,9g/dia nas mulheres
(p<0,001). Maiores aumentos da pressão arterial sistólica (p=0,004) e da pressão
arterial diastólica (p<0,001) ocorreram entre os indivíduos que aumentaram o
consumo de álcool no seguimento. Além disso, maior quantidade de álcool total
(p=0,030) e de destilados (p=0,043) foi encontrada nos homens hipertensos em
comparação aos normotensos como também a maior diferença. Observou-se
incrementos na pressão no último quintil da diferença de consumo em todos os
modelos na pressão arterial diastólica, exceto no modelo 2 nas mulheres. Conclui-
se que existe relação positiva entre o aumento do consumo de álcool e pressão
arterial, sendo necessário implantação de programas para o controle do consumo
em excesso.