DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E COBERTURA DE
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO DA TUBERCULOSE: UMA ANÁLISE HIERÁRQUICA DE DADOS LONGITUDINAIS NO BRASIL NOS ANOS DE 2014 A 2016

Nome: JOÃO PAULO COLA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/07/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador

Resumo: Introdução: A complexidade do controle e eliminação da tuberculose (TB)
transita por diversos aspectos como os determinantes sociais de saúde da TB
(DSS-TB). Estratégias de adesão ao tratamento como o Tratamento
Diretamente Observado (TDO) e serviços de saúde capazes de acolher,
diagnosticar, tratar os indivíduos, como a Estratégia da Saúde da Família (ESF)
são necessários. Objetivo: Analisar os DSS-TB e a contribuição da cobertura
de ESF na realização TDO no Brasil. Métodos: Estudo de base de dados
longitudinal de casos de TB notificados no Sistema de Informação de Agravos
de Notificação do Brasil (SINAN) entre os anos de 2014 e 2016. Foram
incluídos indivíduos maiores de 18 anos e excluídos indivíduos com notificação
pós-óbito e que não possuíam informação de TDO. Para análise bivariada foi
utilizado o teste de qui-quadrado de Person e para análise multivariada
utilizamos a regressão logística hierárquica, no qual o TDO foi a variável
dependente e as variáveis preditoras foram analisadas em níveis. Uma
segunda análise foi realizada a partir da estratificação da amostra, segundo a
cobertura ESF dos municípios de moradia dos indivíduos. Resultados: Foram
notificadas 252.675 pessoas com TB no SINAN. Foram excluídos 13.744
indivíduos menores de 18 anos, 1.365 com notificação pós-óbito e 59.940
indivíduos sem informação de TDO. Observou-se que 88.586 (49,8%)
realizaram TDO e 89.040 (50,1%) não realizaram TDO. Ter mais que 8 anos de
estudo (OR 0.45, IC 95% 0.41–0.49), morar no Nordeste (OR 0.49 IC 95%
0.46–0.51), ser profissionais profissional de saúde (OR 0.77, IC 95% 0.65–
0.91) e viver com HIV/AIDS (OR 0.69, IC 95% 0.65–0.73) apresentam menor
chance de realizar o TDO. Indivíduos privados de liberdade (OR 1.21, IC 95%
1.12–1.32), alcoolismo (OR 1.09, IC 95% 1.03–1.16), transtorno mental (OR
1.17, IC 95% 1.04–1.32) e baciloscopia positiva (OR 1.15, IC 95% 1.10–1.21)
apresentaram maior chance de realizar o TDO. Na estratificação pela cobertura
de ESF os indivíduos em situação de rua (OR 1.02, IC 95% 0.76–1.36),
alcoolismo (OR 1.15, IC 95% 0.98–1.09), uso de drogas ilícitas (OR 1.12, IC
95% 0.97–1.29), tabagismo (OR 1.00, IC 95% 0.90–1.10), transtorno mental
(OR 1.22, IC 95% 0.95–1.56) e baciloscopia positiva (OR 1.10, IC 95% 1.00–
1.20) não apresentaram significância estatística no estrato de > 70% de
cobertura de ESF. Discussão: A realização do TDO no Brasil está associada

aos DSS-TB. Porem há uma diminuição dessa associação quando analisamos
os indivíduos do estrado com maior que 70% de cobertura de ESF, sugerindo
uma diminuição da seleção pelas vulnerabilidades dos indivíduos para a
realização do TDO nas maiores coberturas de ESF. Conclusão: Este estudo
tem potencial de contribuir para a discussão do fortalecimento do TDO no
Brasil bem como fomentar a importância da ESF na realização TDO. São
necessários mais estudos que avaliem a participação das equipes de ESF no
diagnóstico e tratamento dos indivíduos.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105