DIVULGAÇÃO DO ESTRESSE NA MÍDIA IMPRESSA DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Nome: ÁTALA LOTTI GARCIA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/07/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO Examinador Externo

Páginas

Resumo: O conceito de estresse tem sido amplamente divulgado e midiatizado, no entanto, se
apresenta como um fenômeno complexo da contemporaneidade. Este estudo
analisa a evolução histórica, científica e metodológica do estresse na mídia
impressa, conforme as diferentes abordagens conceituais, os riscos a saúde e
impactos na vida do trabalhador. O objetivo desta tese foi analisar a divulgação do
estresse na mídia impressa do Espirito Santo, Brasil. Os métodos tratam de
pesquisas quantitativas e qualitativas conduzidas por análise de conteúdo, conforme
preconizada por Lawrence Bardin. A escolha da metodologia se fundou na análise
do conteúdo histórica e contemporânea em que as notícias foram sendo tecidas
permitindo condições de produção de um olhar mais abrangente da realidade entre
rupturas e continuidades. O estudo foi desenvolvido em parceria com o Observatório
de Saúde na Mídia – Regional Espírito Santo (OSM-ES), que investigou as notícias
publicadas nos dois principais jornais do Estado do Espírito Santo, Brasil, “A
Tribuna” e “A Gazeta” que fizeram referência ao estresse, no período de janeiro de
2015 e abril de 2017, a fim de avaliar sua visibilidade a partir da frequência e
destaques das notícias sobre o tema. A coleta de dados foi realizada por meio da
busca de notícias que continham o radical “stress” através da ferramenta Adobe
Acrobat Reader DC, nessa etapa, totalizaram-se 727 notícias sobre estresse. Após o
levantamento das notícias o material foi tratado no software de análise de dados
qualitativos Maxqda, que ajuda o pesquisador a analisar sem viés. Quanto a análise
do material empírico, a primeira etapa foi composta pela pré-análise dos dados que
incluiu a seleção das notícias, leitura flutuante e organização do material a partir da
seleção dos trechos mais relevantes das notícias. A segunda etapa foi composta
pela exploração do material, trata-se da etapa na qual as notícias foram incluídas
nas categorias criadas a priori pelos pesquisadores fundamentadas no percurso
histórico, metodológico e técnico. A terceira etapa foi composta pelo tratamento dos
resultados. Como produto dos resultados foi apresentado o primeiro artigo que
analisou a evolução histórico-cientifica do estresse na mídia impressa, conforme as
diferentes “abordagens conceituais: biológica, psicológica, social e biopsicossocial”.
Apesar da evolução dos modelos de saúde no século XX, as abordagens biológica e
psicológica sobre o estresse ainda predominam na mídia impressa, em detrimento à
abordagem social. No entanto, vislumbra-se a possibilidade de ampliação das ações em saúde, a partir da incorporação de uma abordagem biopsicossocial do estresse nos arranjos comunitários, a fim de possibilitar intervenções que superem os reducionismos e fragmentações sobre a compreensão do estresse. O segundo artigo propôs a análise da “divulgação do estresse na mídia: uma reflexão sobre risco, vulnerabilidade, prevenção de doenças e promoção da saúde” verificou-se um significativo destaque aos aspectos relacionados aos riscos em saúde e prevenção de doenças em detrimento das informações relativas a vuneralibilidade social e promoção de saúde. Além disso, foi possível perceber que as notícias sobre o estresse não levam em conta fatores sociais e culturais, responsabilizando e culpabilizando os sujeitos por não adotar um padrão de comportamento saudável. Nessa direção, desconsiderando as barreiras impostas pelas desigualdades sociais estruturadas, que limitam acessos de oportunidades a população. No terceiro artigo “estresse ocupacional na mídia impressa” foi analisado a partir da perspectiva de Christophe Dejours propondo o debate sobre o tema na ótica da organização do trabalho, segundo o qual as notícias podem fortalecer e protagonizar o trabalhador, com notícias problematizadoras, interativas e com conteúdos de promoção da saúde ou podem exercer uma influência que aliena e enfraquece o trabalhador. Como conclusão pode-se afirmar, a partir desta tese que o tema estresse na mídia do Estado do Espírito Santo apresenta grande visibilidade, no entanto, não cumpre seu papel social esperado de promoção da saúde, em especial a respeito do estresse ocupacional. Desse modo, propõe-se ações que impulsionem as políticas públicas e mudanças estruturais na garantia de direitos à saúde no combate ao estresse, fomentadas por meio da divulgação midiática, com perspectiva crítica no entendimento das vulnerabilidades sociais, na garantia de direitos à saúde, no desenvolvimento das potencialidades da população e da promoção da saúde pública e coletiva.

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