CARTAS ÀS MARIAS: ESCREVIVÊNCIAS DA ATIVIDADE DE
AGENTES COMUNITÁRIAS DE SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA
Nome: GABRIELA DE BRITO MARTINS SANTOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 08/12/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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RICARDO BURG CECCIM | Examinador Externo |
RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA | Orientador |
THIAGO DIAS SARTI | Examinador Interno |
Páginas
Resumo: Esta tese é uma convocação para o despertar, para o arejar das pesquisas e
abordagens dos processos de trabalho em saúde. É apresentada em cartas, crônicas,
escrevivências da atividade, evidenciando uma obra que incita a perfurar texturas,
deslocar formas, tramas e trilhas do cotidiano deixando a nu olhares e expressões
múltiplos do experimentar das tessituras do viver de mulheres que, como agentes
comunitárias de saúde (ACS), no seu fazer, compõem forças, desejos e aspirações.
O estudo apoiou-se na clínica da atividade de Yves Clot e na ética do cuidado de si
de Michel Foucault para a análise do trabalho em saúde, especialmente enfocando o
trabalho das ACS. O aporte metodológico, por sua vez, propõe a aproximação da
Clínica da Atividade, de Yves Clot, e as Escrevivências, de Conceição Evaristo, na
construção de narrativas e escrevivências do cotidiano de trabalho das agentes, numa
autoconfrontação da atividade como tríade viva. As escritas de si, do trabalho e do
coletivo, constituem-se como direções de análise e construção de uma política de
resistência e (re)existência num contexto de pandemia pela COVID-19. O estudo
enfocou a pandemia como analisador de relações, das políticas públicas, da
intensificação e precarização do trabalho em saúde. Os resultados evidenciam
impedimentos da atividade, limitações no agir, sobrecargas e incertezas, diferenças
no trabalho feminino e suas intersecções, mas registra, prioritariamente, as linhas de
fuga, desvios, resistências e (re)existências do fazer história e cuidado de mulheres,
agentes comunitárias de saúde, que, no experimentar da produção de escrevivências
da atividade, num contexto de pandemia, autoconfrontam e estilizam o gênero do
trabalho como agentes comunitárias de saúde, numa aposta de reinvenção do
trabalho e produção de saúde, protagonizados pelo (re)florescer daquelas que o
fazem.