Associação da Depressão com Ingestão de Micronutrientes e Síndrome Metabólica em Participantes do Elsa-Brasil

Nome: LARA ONOFRE FERRIANI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 21/10/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA CARMEN MOLDES VIANA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA Examinador Interno
SANDHI MARIA BARRETO Examinador Externo

Páginas

Resumo: As associações entre depressão com consumo de nutrientes e com a síndrome
metabólica (SM) têm sido extensivamente estudadas com o intuito de aumentar a o
conhecimento acerca dos mecanismos biológicos envolvidos nessas relações. O
objetivo geral desta tese foi avaliar a associação entre depressão (subtipos clínicos
e gravidade), consumo de micronutrientes (antioxidantes e vitaminas do complexo B)
e SM em adultos, resultando em três artigos científicos: dois artigos originais,
realizados com o banco de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto
(ELSA-Brasil), e um artigo de revisão sistemática. O ELSA-Brasil é uma coorte de
servidores públicos, ativos e aposentados, vinculados a seis centros de
investigações, dos quais, cinco são instituições públicas de ensino superior e uma
de pesquisa. A linha de base ou onda 1 do estudo foi realizada entre 2008 e 2010, o
primeiro seguimento (onda 2) aconteceu entre os anos de 2012 e 2014, o terceiro
seguimento (onda 3) ocorreu entre 2017 e 2018 e, o quarto seguimento (onda 4),
iniciou em agosto de 2022. No primeiro artigo original, realizado com os dados da
linha de base de 14.737 participantes do ELSA-Brasil, encontrou-se associação
inversa significativa entre depressão e maior consumo de vitaminas A e C, selênio,
zinco, e vitaminas B6 e B12, entre mulheres. Entre homens, a associação foi
observada apenas para vitaminas B6 e B12. Ainda entre mulheres, maior consumo
total de antioxidantes foi associado a menor ocorrência de depressão, com um efeito
do tipo dose-resposta de acordo com a gravidade de depressão. O segundo artigo,
que consiste na revisão sistemática, incluiu 6 publicações, com estudos transversais,
de caso-controle e coorte. A associação entre depressão atípica e SM foi
demonstrada em todas as publicações, assim como a ausência de associação entre
a depressão melancólica e outros subtipos. Um pequeno número de trabalhos
avaliando a comorbidade foi encontrado, o que impossibilitou a realização de uma
meta-análise dos dados. No terceiro artigo, também original, realizado com os dados
da linha de base e da onda 2 de 13.883 participantes do ELSA-Brasil, foi encontrada
associação significativa entre depressão na linha de base e casos recuperados
(linha de base), incidentes (onda 2) e persistentes (ambas as ondas) de SM. A
depressão também se associou as alterações na onda 2 de circunferência da
cintura, triglicerídeos, HDL-colesterol e glicemia. A magnitude das associações foi
maior quanto mais grave a depressão e a SM. A avaliação do consumo alimentar e o
monitoramento de alterações metabólicas em indivíduos com depressão se mostra
essencial, tanto na prática clínica, destacando a importância da atuação
multiprofissional no desenvolvimento de estratégias preventivas e de tratamento,
quanto na vigilância populacional, direcionando o planejamento e implementação de
políticas públicas de prevenção e conscientização da importância e impacto desses
monitoramentos.

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