Internações por condições sensíveis à Atenção Primária no Estado do Espírito Santo – 2000 a 2014

Nome: ROSALVA GROBÉRIO PAZÓ
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/09/2017

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
NAGELA VALADÃO CADE Orientador

Resumo: O indicador internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) é usado para demonstrar a relação entre o acesso aos cuidados da Atenção Primária à Saúde (APS) e a ocorrência de internação por determinado grupo de agravos. Objetivos: Descrever a série temporal das ICSAP nos municípios do estado do Espírito Santo, no período de 2000 a 2014, segundo sexo, faixa etária e grupos de causa, e investigar os fatores associados à ocorrência dessas hospitalizações, na população geral e mais especificamente nos adolescentes. Métodos: São apresentados dois estudos ecológicos em forma de artigos. A série temporal das ICSAP compreendeu o período de 2000 a 2014 e os municípios do Espírito Santo constituíram a unidade de análise. As variáveis dependentes foram as taxas de ICSAP na população geral e na adolescência (10 a 19 anos), e as variáveis independentes foram os indicadores demográficos, socioeconômicos, os recursos dos serviços de saúde, e indicadores de saúde específicos da adolescência. Para a análise das séries temporais utilizou-se o método Cochrane–Orcutt e para as análises multivariadas usou-se o modelo de regressão binomial negativa. Em um dos estudos adotou-se abordagem hierarquizada em três níveis. Resultados: As ICSAP no estado reduziram 28,79% no período avaliado. As maiores taxas de internação ocorreram em idosos e crianças e a redução ao longo dos quinze anos foi maior em idosos e adultos. Na população geral, os principais grupos de causas foram as gastroenterites infecciosas, a infecção no rim e trato urinário, e a insuficiência cardíaca. Neles houve redução das taxas de ICSAP na medida em que cresceu a taxa de cobertura da estratégia saúde da família (0,60; IC: 0,56-0,66), a proporção de médicos (0,90; IC: 0,84-0,96), a proporção de pretos e pardos (0,88; IC: 0,83-0,93) e de pessoas com ensino médio (0,87; IC: 0,76-0,99), enquanto houve acréscimo dessas hospitalizações a cada aumento do produto interno bruto per capita (1,04; IC: 1,02-1,07), do índice de Gini (1,22; IC: 1,17-1,28), da taxa de urbanização (1,54; IC: 1,40-1,69), dos leitos hospitalares (1,60; IC: 1,44-1,78) e dos planos de saúde (1,20; IC: 1,09-1,32). Entre os adolescentes as ICSAP representaram 18,26% das hospitalizações. Foram mais frequentes no sexo feminino de 15 a 19 anos com tendência de crescimento e as principais causas de internação foram as infecções de rim e trato urinário, doenças relacionadas ao pré-natal e parto e as inflamatórias dos órgãos pélvicos femininos. Nos outros grupos de adolescentes os principais grupos de causas foram as gastroenterites infeciosas, a asma, as pneumonias bacterianas, as infecções de pele e subcutâneo e Infecções de rim e trato urinário. Os fatores relacionados ao aumento das ICSAP na adolescência foram a cobertura de ESF (1,60, IC: 1,43 - 1,78), a oferta de leitos (1,74, IC: 1,47 - 2,06), o analfabetismo (3,85, IC: 3,20 - 4,64) e o trabalho infantil (3,82, IC: 2,44 - 5,97), enquanto os óbitos por causas externas (0,53, IC: 0,46 - 0,62) estiveram associados a sua redução. Conclusão: Houve tendência de redução das ICSAP na maioria dos grupos etários estudados, mas não na adolescência. Entre estes, tanto a frequência, quanto as causas das ICSAP mostraram diferenças conforme o gênero e a idade. A estratégia saúde da família foi importante para a redução das ICSAP no estado na população geral, mas não na adolescência. Outros recursos de saúde e determinantes socioeconômicos também influenciaram.

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