O Processo de Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde: Dilemas Entre o Trabalho Prescrito e o Trabalho Real
Nome: MICHELLE GARCIA DE ALCANTARA RIBOND
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/05/2014
Banca:
Nome | Papel |
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ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA | Examinador Interno |
FRANCIS SODRÉ | Suplente Interno |
MARIA CRISTINA RAMOS | Examinador Externo |
MARISTELA DALBELLO DE ARAUJO | Orientador |
THIAGO DRUMOND MORAES | Suplente Externo |
Resumo: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) atua nas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) desenvolvendo várias atividades como o cadastramento das famílias, construção do diagnóstico local, mapeamento do território de saúde, identificação de microáreas de risco, realizando visitas domiciliares, ações coletivas e intersetoriais de educação em saúde. Esta atuação singular faz com que o trabalho do ACS diferencie-se dos demais trabalhadores da área da saúde. Partindo desta premissa analisamos o processo de trabalho dos ACS de duas equipes de ESF do município de Cariacica-ES, visando perceber as diferenças entre o trabalho prescrito e o trabalho real desenvolvido no cotidiano da ESF. Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa e postura etnográfica para a coleta dos dados através das técnicas de observação sistemática e pesquisa documental. Teve como resultados a descrição do trabalho real através dos dados registrados em um diário de campo e a descrição do trabalho prescrito através dos 27 documentos encontrados. A pesquisa ressalta que dificilmente os ACS conseguirão realizar todas as atividades prescritas em vista da quantidade de normas, manuais técnicos, livros, etc., que orientam seu trabalho, pois ainda não temos um contexto de educação permanente ou continuada que facilite a compreensão de todos estes conteúdos. Não significando, porém, que o trabalho das ACS não está sendo bem realizado de acordo com a proposta da Atenção Básica. Temos o contrário, mesmo não dando conta de tantas prescrições, estas profissionais com criatividade, bom senso, afeto, vínculo comunitário e desejo de transformar a realidade em que vivem, conseguem ir além das prescrições construindo toda uma forma de ser e trabalhar como agente comunitário de saúde que não está descrito em normas e manuais, mais está no reflexo de uma atenção humanizada, focada na família e na realidade daquele território.