Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Estado do Espírito Santo

Nome: ROSALVA GROBÉRIO PAZÓ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/03/2013

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
NAGELA VALADÃO CADE Orientador

Resumo: As internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) constituem um indicador de resultado utilizado para avaliar a acessibilidade e eficácia dos cuidados de saúde fornecidos pela atenção primária à saúde (APS). O estudo objetivou investigar as internações hospitalares por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) no estado do Espírito Santo no ano de 2010 e sua relação com determinantes coletivos. Trata-se de estudo ecológico com dados secundários das internações do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorridas no ano de 2010. As variáveis do estudo foram: ICSAP, porte municipal, indicadores demográficos, socioeconômicos e dos recursos dos serviços de saúde. Foram ajustados modelos para a população total e por faixas etárias. Na análise estatística, realizou-se a análise bivariada e multivariável por regressão de Poisson com variância robusta. As variáveis explicativas foram ordenadas segundo modelo hierárquico de determinação das ICSAP, no qual as características socioeconômica, geográficas e demográficas compuseram o nível distal, a organização dos serviços de saúde correspondeu ao nível intermediário e os indicadores de desempenho dos serviços de saúde entraram como nível proximal. Os resultados evidenciaram que a maioria dos municípios do estado é de pequeno porte (53,8%) e neles foram encontradas as maiores coberturas de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (99,9%). Os municípios de maior porte apresentam os melhores resultados entre as variáveis socioeconômicas e a maior cobertura de plano de saúde (46%). No modelo final da análise multivariada, tanto na população geral quanto nas faixas etárias, houve associação positiva ao risco de ICSAP com: a) o percentual de analfabetismo que alcançou o maior valor na faixa pediátrica, risco relativo (RR) de 1,17; b) a proporção de leitos SUS que representou um incremento de risco de 1,12 vezes na população geral; e c) a urbanização (RR: 1,02-1,03). Estiveram associados ao menor risco de ICSAP: a) ser negro (RR: 0,97-0,98), em todos os extratos estudados; e b) maior cobertura de plano de saúde (RR: 0,97-0,98), na população geral, nos adultos e idosos. No modelo final, não houve associação da cobertura ESF e PACS com as ICSAP. Concluiu-se que há determinantes das ICSAP que estão fora do escopo da APS e podem estar implicados no padrão de utilização dos serviços, tais como as características socioeconômicas, o perfil demográfico e a maior facilidade de acesso a serviços de saúde da atenção secundária e terciária, bem como da rede privada.

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