Percepções e Práticas Populares em Saúde Bucal.

Nome: LUCIENNE VENTURIM CALDAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 06/06/2005
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA Examinador Interno
RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA Orientador
TÚLIO ALBERTO MARTINS DE FIGUEIREDO Examinador Externo

Resumo: As precárias condições de saúde bucal dos adultos brasileiros refletem o quadro de exclusão e desigualdades sociais estabelecido no País e ainda o grau de efetividade da prática odontológica realizada e das políticas públicas em saúde bucal. Por muito tempo, executaram-se ações pontuais e distantes da realidade da população, as quais causaram muito pouco impacto na situação epidemiológica dos grupos populacionais e não melhoraram a qualidade de vida das pessoas. Nas práticas de educação em saúde, percebe-se que são feitas atividades baseadas somente na transmissão de conhecimentos, sem considerar os valores, crenças e condutas dos indivíduos e grupos sociais em relação à sua saúde bucal. Esse fato acaba determinando poucas mudanças no comportamento das pessoas e nenhuma ação para o desenvolvimento das potencialidades e capacidades dos indivíduos no sentido de melhorar a sua saúde. Nessa perspectiva, este trabalho propôs conhecer os valores, crenças e atitudes em relação à saúde bucal de indivíduos adultos, moradores de um bairro de periferia de Vitória-ES, permitindo novos olhares sobre a forma como os indivíduos significam e ressignificam o processo saúde/doença bucal e assim estimular uma transformação qualitativa nos atos e métodos de cuidar em Odontologia. A metodologia utilizada privilegiou uma abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de caso, realizada a partir de entrevistas semi-estruturadas e métodos etnográficos de coleta de dados, como a observação direta e o diário de campo. A análise do material envolveu quatro eixos norteadores e foi baseada no referencial teórico da Antropologia Médica e Interpretativa, e de autores como Boltanski, Elias e Berger e Luckmann. Conclui que a saúde bucal foi considerada pelos indivíduos condição intrínseca à saúde geral, como parte integrante da condição de indivíduo saudável, inserido em um contexto social e cultural, constituindo-se como fator determinante no desenvolvimento das relações sociais, na inserção no mercado de trabalho e na marcação das assimetrias sociais. A partir de sua biografia individual e das relações engendradas ao longo da vida com o meio social, os indivíduos criam alternativas de enfrentamento dos problemas bucais, independente dos serviços odontológicos oficiais, e também apontam que o acesso e a qualidade do atendimento são as condições principais a serem melhoradas nos serviços públicos de saúde bucal.

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