ESTRESSE ENTRE MULHERES COM E SEM HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA PERPETRADA PELO PARCEIRO ÍNTIMO

Nome: LOYS LENE DA COSTA SIQUEIRA

Data de publicação: 10/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FRANCIELE MARABOTTI COSTA LEITE Orientador

Resumo: Introdução: A Violência por Parceiro Íntimo (VPI) configura-se como uma das formas mais
prevalentes de abuso contra as mulheres, sendo uma significativa preocupação de saúde pública
global. A VPI acarreta consequências negativas abrangentes, incluindo o estresse psicológico
que, por sua vez, pode resultar em diversos prejuízos à saúde física e mental. Objetivo: O
objetivo geral foi avaliar a percepção de estresse em mulheres com e sem histórico de violência
perpetrada pelo parceiro íntimo ao longo da vida e durante a pandemia no município de Vitória,
Espírito Santo. Os objetivos específicos foram descrever a percepção de estresse entre as
mulheres com histórico de violência ao longo da vida, segundo características
sociodemográficas e reprodutivas, e verificar a percepção de estresse entre as mulheres com e
sem histórico de violência por parceiro íntimo, tanto na vida quanto durante a pandemia.
Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal realizado com 1086 mulheres.
Foram coletadas informações sociodemográficas, reprodutivas, histórico de violência e estresse
percebido. A violência por parceiro íntimo foi avaliada por meio do instrumento da Organização
Mundial da Saúde, enquanto o estresse psicológico foi mensurado pela Escala de Estresse
Percebido. As análises descritivas foram expressas em frequências absolutas, frequências
relativas e Intervalo de Confiança de 95%. Para as análises bivariadas, foram utilizados testes t
e Análise de Variância (ANOVA), enquanto as análises multivariadas foram conduzidas por
meio de regressão linear simples e múltipla. Os softwares Stata® versão 15.1 e R® foram
utilizados para conduzir as análises estatísticas. Resultados: Entre as mulheres que relataram
ter sofrido violência por parceiro íntimo ao longo de suas vidas, observaram-se as seguintes
características relacionadas a maiores médias de percepção de estresse (p<0,05): idade mais
jovem (20,47), união consensual (19,84), residência em casas alugadas (19,75), ausência de
religião (20,19), recebimento de auxílio governamental (20,81), primeira relação sexual antes
dos 15 anos (19,68), histórico de infecções sexualmente transmissíveis (20,98) e recusa do
parceiro em utilizar preservativos (20,50). As mulheres que relataram ter vivenciado VPI ao
longo de suas vidas apresentaram médias de estresse mais elevadas (18,49), com um aumento
médio não ajustado de 4 pontos, posteriormente reduzido para 3,5 pontos após a consideração
das variáveis sociodemográficas. De maneira semelhante, durante a pandemia da COVID-19
(19,01), foi observado um aumento médio de 3,3 pontos no estresse, que posteriormente foi
reduzido para 2,8 pontos após os ajustes. Conclusão: Os resultados indicam uma associação
entre a violência por parceiro íntimo e uma percepção mais elevada de estresse nas mulheres,
abrangendo tanto suas vidas ao longo do tempo quanto o período da pandemia. A importância
das abordagens preventivas é enfatizada, defendendo a igualdade de gênero e a prevenção
precoce da VPI. Além disso, a urgência de intervenções embasadas em evidências, de natureza
abrangente, é destacada, visando abordar meticulosamente e de forma eficaz essa questão
complexa, ao mesmo tempo em que ressalta a importância de considerar vulnerabilidades
específicas ao desenvolver intervenções.

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