VIOLÊNCIA INTERPESSOAL CONTRA A PESSOA ADULTA NO ESPÍRITO
SANTO: UMA ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2011 E 2018

Nome: KARINA FARDIN FIOROTTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 14/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
FRANCIÉLE MARABOTTI COSTA LEITE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA ZILLY Examinador Interno
FABIO LUCIO TAVARES Examinador Interno
FRANCIÉLE MARABOTTI COSTA LEITE Orientador
MARIA APARECIDA VASCONCELOS MOURA Suplente Externo
RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA Suplente Interno

Páginas

Resumo: A violência configura um importante problema de saúde pública e sua
análise detalhada possui importância tanto social quanto acadêmica. Sua magnitude
e impactos evidenciam a necessidade de ações integradas que minimizem os efeitos
desse agravo nas populações. Objetivo: Identificar a frequência dos diferentes tipos
de violência interpessoal na população adulta e analisar sua associação com as
características da vítima, do agressor e da ocorrência. Métodos: Estudo
epidemiológico, analítico, transversal realizado com casos de violência interpessoal
nos anos de 2011 a 2018, em adultos entre 20 e 59 anos notificados no estado do
Espírito Santo no Sistema de Informação de Agravos e Notificação. A variável
dependente foi a violência – dos tipos sexual, psicológica, física e com caráter de
repetição – e as independentes as características da vítima, do agressor e da
ocorrência. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A análise dos
dados ocorreu por meio do programa Stata versão 14.1 e os resultados da
regressão de Poisson apresentados pela razão de prevalência. Resultados: A
violência física contra a pessoa adulta foi responsável por 63,3% dos casos
notificados, estando associada a vítimas do sexo masculino, adultos mais jovens,
declarados pretos ou pardos, com até 4 anos de estudo, sem deficiências ou
transtornos, que possuíam companheiro, residentes em zona rural, com agressores
de 25 anos ou mais de idade, do sexo feminino, com vínculo afetivo de parceiro
íntimo, com a suspeita de uso de álcool, participação de 2 ou mais agressores,
ocorrência em via pública e de evento único. A violência do tipo psicológica foi
responsável por 7,3% das notificações de violência interpessoal e esteve associada
a vítimas do sexo feminino, com 50 a 59 anos de idade, com ao menos 9 anos de
estudo, sem deficiências ou transtornos, residentes em área urbana ou periurbana,
com agressores de 25 anos ou mais de idade, do sexo masculino, com vínculo de
parceiro íntimo, sem suspeita de uso de álcool e com caráter de repetição. A
violência do tipo sexual foi responsável por 6,2% dos casos registrados, estando
associada a pessoas do sexo feminino, na faixa etária de 20 a 29 anos, que não
possuíam companheiro, residentes em zona urbana, com agressor de 25 anos ou
mais de idade, perpetrador único e desconhecido e de ocorrência em via pública. Já
a violência interpessoal com caráter de repetição apresentou prevalência de 56,7%

entre as notificações nessa população e esteve associada a pessoas do sexo
feminino, nas faixas etárias acima dos 40 anos, de cor preta e parda, que possuíam
companheiro, com alguma deficiência ou transtorno, residentes em zona urbana ou
periurbana, com agressores de menos de 25 anos de idade e de ambos os sexos,
com vínculo de parceiro íntimo com a vítima, com a participação de apenas um
perpetrador e ocorrência na residência. Conclusão: A violência interpessoal se
apresentou com prevalências relevantes na população adulta, e seus diferentes
tipos foram associados às características da vítima, do agressor e da ocorrência.
Seus impactos no cotidiano das pessoas e das comunidades imprimem a
necessidade de ações conjuntas e efetivas envolvendo os diversos setores do
Estado e da sociedade. Nesse cenário, a saúde pública possui evidente
protagonismo na prevenção e no manejo dos casos, tendo a capacitação dos
profissionais e serviços envolvidos, bem como o fortalecimento dos sistemas de
saúde como ferramentas estratégicas de enfrentamento da violência.

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