ACESSO À LINHA DE CUIDADOS, CAPITAL SOCIAL E MULTIMORBIDADE COMPLEXA:
Um estudo com usuários de serviços de hemodiálise em região
metropolitana de uma capital no sudeste brasileiro

Nome: ANA CRISTINA DE OLIVEIRA SOARES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 02/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Co-orientador
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANÇA Examinador Externo
CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI Examinador Interno
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Coorientador
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Orientador
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Examinador Interno

Páginas

Resumo: A doença renal crônica terminal é um problema de saúde pública, que
demanda cuidados de alta complexidade como hemodiálise. No entanto, poucos
estudos avaliam o acesso, o capital social e a multimorbidade complexa de usuários
de serviços de hemodiálise. Objetivos: Analisar fatores associados ao acesso aos
serviços de hemodiálise, capital social e multimorbidade complexa entre indivíduos
em tratamento de hemodiálise na Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV.
Método: Foi realizado um censo epidemiológico transversal analítico com a presença
de 1.024 indivíduos, sendo a coleta de dados realizada entre fevereiro e setembro de
2019. Para acesso, foram analisadas dimensões como: acessibilidade, disponibilidade
e aceitabilidade. O capital social foi categorizado como: cognitivo, estruturante e
subjacente, com dados coletados a partir do Questionário Integrado para Medir Capital
Social. Já a multimorbidade complexa foi caracterizada pela ocorrência de três ou
mais doenças crônicas afetando três ou mais sistemas orgânicos. Os dados foram
analisados a partir da estatística descritiva e regressão logística multinomial (acesso
e capital social) e binária (multimorbidade complexa). Resultados: Idade média de
54,7+ 0,59 anos, com faixa etária predominante entre 30 e 59 anos (n=528, 51,6%).
Maioria homens (n=581, 56,7%), com até 8 anos de escolarização (n=523, 51,1%);
autodeclarados pardos/pretos (n=737, 72%); com renda menor ou igual a dois
salários-mínimos (n=555, 56,2%); aposentados ou afastados do trabalho, recebendo
benefícios sociais (n =547, 54,2%); residindo na mesma cidade de realização de
hemodiálise (n =642, 62,8%). Dos indivíduos, 25,1% (n=209) se encontravam no nível
mais elevado de acesso à linha de cuidados, sendo fatores que aumentaram as
chances do nível mais baixo de acesso: faixa etária entre 30 a 59 anos (OR 2,16, IC95%
1,377–3,383); mulheres (OR 1,74, IC95% 1,11–2,72); e renda menor ou igual a dois
salários mínimos (OR 1,80, IC95% 1,17–2,76). Fatores de média cobertura de ESF (OR
0,54, IC95% 0,29–0,99); não tratamento conservador prévio (OR 0,59, IC95% 0,38–0,91);
falta de trabalho remunerado (OR 0,35, IC95 0,15–0,85); aposentadoria/licença médica
(OR 0,27, IC95% 0,12–0,64); e auto avaliação de saúde ruim ou muito ruim (OR 0,62,
IC95% 0,40–0,96) reduziram as chances do mais baixo acesso. Para capital social, a
baixa renda foi associada a maiores chances de menor capital social total (OR 1,62;
IC95%1,03–2,54) e cognitivo (OR 1,71; IC95%1,14–2,56), enquanto baixo nível de
acesso foi associado a maiores chances de menor capital social em todas as
dimensões: total (OR 2,30, IC95% 1,32–4,01), cognitivo (OR 1,78; IC95%1,04-3,04),
estruturante (OR 1,86; IC95%1,08-3,21) e subjacente (OR 2,17; IC95%1,25-3,76). Entre

os indivíduos, 81% (n=815) apresentaram multimorbidade complexa. Já o Baixo Índice
de Mortalidade Geral do município (OR 0,395; IC95% 0,179–0,870), idade entre 19 e 29
anos (OR 0,402; IC95% 0,196-0,825), mais de oito anos de escolarização (OR 0,536;
IC95% 0,29–0,966) e auto avaliação positiva de saúde (OR 0,446; IC95% 0,301–0,661)
reduziram as chances de Multimorbidade Complexa. A hemodiálise há menos de dois
anos aumentou a chance de Multimorbidade Complexa (OR 1,779; IC95% 1,057-2,997).
Conclusão: Características contextuais, individuais e comportamentos de saúde
influenciam o acesso aos serviços, capital social e multimorbidade complexa entre
usuários de hemodiálise na RMGV.

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