Práticas de lazer e auto avaliação do estado de saúde de usuários de serviços de hemodiálise da região metropolitana de vitória

Nome: ALEXANDRE CARDOSO DA CUNHA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Co-orientador
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA DE FRANÇA DRUMMOND Examinador Externo
ANA PAULA SANTANA COELHO ALMEIDA Examinador Interno
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Coorientador
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Orientador
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Examinador Interno

Páginas

Resumo: Introdução: A concepção de saúde ampliada é bastante difundida e aceita, além de aproximar profissionais de saúde da subjetividade e dos determinantes sociais da saúde. Concretiza-se em políticas públicas que buscam melhorar as condições de saúde com ações inter e intrasetoriais, territoriais, com base na integralidade da atenção, que considera a avaliação das pessoas sobre o próprio corpo e saúde. A hemodiálise é um tratamento que gera muitas alterações no cotidiano das pessoas. Entre estas modificações estão as práticas de lazer, atividades complexas envolvendo várias dimensões da vida humana como social, cultural e de saúde. Nesse cenário, as atividades de lazer têm potencial de gerar bem-estar e se associam a diversos aspectos da vida cotidiana, como a autoavaliação do estado de saúde. Objetivos: Descrever as práticas de lazer, identificar os fatores associados e analisar a relação entre as práticas de lazer e o estado de saúde em usuários de serviços de hemodiálise da Região Metropolitana da Grande Vitória - Espírito Santo, Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal analítico realizado com 1024 indivíduos em hemodiálise da região metropolitana da grande Vitória/ES. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a setembro de 2019. Foi utilizado questionário estruturado para coleta de dados sociodemográficos, de hábitos de vida, de características clínicas e de tratamento, de autoavaliação do estado de saúde e de lazer. Os dados de lazer foram coletados por meio da Escala de Práticas de Lazer. Resultados: A população predominante pode ser descrita como: homens (56,7%), de 30 a 59 anos (51,6%), com menos de 8 anos de estudo (51,6%), renda de até 2 salários mínimos (54,2%), que fazem hemodiálise pela manhã (41,1%), com 3 ou mais doenças (68,1%) e em tratamento por dois anos ou menos (38,1%). As atividades de lazer mais praticadas são as de contemplação e ócio (41,7%), sociais (37,1%) e intelectuais (32,5%). Os homens praticam mais atividades físicas (p=<0,001) e as mulheres manuais (p=<0,001). Identificou-se que ter 40 anos ou menos aumentou a chance de praticar mais lazer em 5,26 vezes (IC95% = 3,86-10,15), nunca ter fumado aumentou em 2,12 as chances de praticar mais lazer (IC95% = 1,04-4,30). Entretanto, aqueles que tinham oito anos ou menos de estudo apresentaram 71,1% menos chances de praticar mais lazer (OR = 0,289, IC95% = 0,17–0,49). As chances de o indivíduo em hemodiálise autoavaliar negativamente a saúde, quando não realizadas atividades de lazer do tipo artística são aumentadas em 2,15 vezes (IC95% = 1,352-3,432); física e desportiva em 3,20 vezes (IC95% = 1,858-5,515), intelectual em 2,21 vezes (IC95% = 1,444-3,405), social em 2,744 (IC95% = 1,744-4,314), turística em 2,08 vezes (IC95% = 1,370-3,171) e contemplativa e de ócio em 1,92 vezes (IC95% = 1,293-2,846). Conclusão: Os fatores associados com as práticas de lazer acima da mediana de usuários de hemodiálise são menor idade, maior escolaridade e ausência de tabagismo demonstrando a necessidade de implementar políticas públicas para diminuir as iniquidades em saúde e aumento das práticas de lazer, que contribuirão na melhoria do bem-estar das pessoas. A autoavaliação da saúde está associada às atividades de lazer artísticas, manuais, físicas e esportivas, sociais, intelectuais, turísticas e contemplativas, que têm a função de proporcionar participação social e dar sentido à vida.

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