Mortalidade cardiovascular no Espírito Santo: influência das desigualdades econômicas e sociais

Nome: JULIANA BOTTONI DE SOUZA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/02/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSE GERALDO MILL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA Examinador Interno
ADELMO INACIO BERTOLDE Examinador Externo
DEBORAH CARVALHO MALTA Examinador Externo
ELIANA ZANDONADE Coorientador
JOSE GERALDO MILL Orientador

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Resumo: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morte no Brasil
e no mundo, contribuindo com cerca de 30% de todos os óbitos. Individualmente, o
infarto do miocárdio (IM) e a doença cérebro vascular (DCV) são os eventos mais
comuns que levam a este tipo de óbito. Muito embora sejam doenças graves, as
DCV podem ser prevenidas se os fatores clássicos de risco (tabagismo,
dislipidemias, hipertensão e diabetes, dentre outros) sejam controlados. Mais
recentemente tem sido dada atenção ao impacto de fatores socioeconômicos e
ambientais (escolaridade, renda, poluição, por exemplo) na mortalidade por DCV.
Tem-se observado nas últimas décadas tendência de redução das taxas de
mortalidade por DCV no Brasil. Entretanto, não há estudos detalhando como essas
taxas vem se comportando no Espírito Santo (ES) uma vez que, sendo estado com
população pequena (cerca de 2%) em relação ao Brasil, suas tendências podem não
se refletir nas análises globais dos dados do Brasil e da região sudeste. Nesta tese
analisamos a mortalidade cardiovascular no ES no período de 2006 a 2016. As
taxas de mortalidade foram padronizadas para a idade, comparando-se a tendência
temporal dos óbitos cardiovasculares totais e precoces (30 a 69 anos) no ES com as
taxas apuradas no mesmo período no Brasil e no sudeste, onde o ES está inserido.
Também foi investigado o perfil de tendências de morte por IM e DCV no mesmo
período e territórios. Para o ES, avaliamos a associação da mortalidade
cardiovascular total e precoce com o Índice de Desenvolvimento Humano dos
municípios (IDHM). Verificamos que as taxas de mortalidade por DCV são
decrescentes no Brasil, no sudeste e no ES. No ES as taxas de redução da
mortalidade total e precoce foram maiores do que no sudeste e no Brasil. Este
declínio, entretanto, se estabilizou a partir de 2012 nos três segmentos analisados.
Os óbitos precoces se destacam no estudo, representando 40% no ES, 39,7% no
Brasil e 41,2% no sudeste. Observamos também correlação negativa entre os
valores de IDHM e as respectivas taxas de mortalidade, com destaque para os
componentes renda e educação. Sugere-se que tais diferenças sejam decorrentes
tanto de diferentes impactos da atenção primária à saúde cardiovascular e/ou da
capacidade do sistema de saúde de atendimento aos eventos agudos que mais
contribuem para a mortalidade. Os resultados deste trabalho mostram que o ES, que

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apresentava quando menos favorável no início da série histórica em relação ao
Brasil e sudeste, conseguiu no período equalizar com seus indicadores de
mortalidade cardiovascular total e precoce. Entretanto, há ainda diferenças
importantes entre municípios dentro do estado. Como são municípios com
características sociodemográficas similares conclui-se que a atenção à saúde
cardiovascular da população apresenta diferenças importantes que necessitam de
melhor acompanhamento visando correção de distorções.

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