INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS DE COLO DO ÚTERO E FATORES ASSOCIADOS EM MULHERES QUILOMBOLAS NO ESPÍRITO SANTO

Nome: JERUSA ARAÚJO DIAS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 06/08/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Orientador
ELIANA ZANDONADE Suplente Interno
FERNANDA LOPES Examinador Externo
GERSON FERNANDO MENDES PEREIRA Orientador
LILIANA CRUZ SPANO Coorientador

Páginas

Resumo: Introdução: Mulheres negras apresentam as maiores taxas de mortalidade pelo
câncer de colo de útero, do mesmo modo, as maiores taxas de prevalência de
infecções sexualmente transmissíveis, inclusive pelo HPV. Desigualdades
socioeconômicas, restrição a acesso aos serviços de saúde e o racismo institucional
podem explicar as diferenças nas taxas de mortalidade e de infecções nesse grupo
populacional invizibilizado. Todo esse cenário de desigualdades perdura nas
comunidades quilombolas, deixando as mulheres em condições de vulnerabilidade
ao câncer de colo de útero e às infecções sexualmente transmissíveis. Objetivos:
Estimar a prevalência de alterações citológicas do colo do útero, infecções
sexualmente transmissíveis (IST) e os fatores associados em mulheres de
comunidades quilombolas do norte do ES. Materiais e Métodos: Estudo transversal
de base populacional com mulheres quilombolas, no período de março de 2017 a
janeiro de 2019. Utilizou-se um questionário com informações sociodemográficas,
comportamentais e clínicas. Foi realizado exame ginecológico para coleta de células
cervicais para citologia oncótica e para detecção de Chlamydia trachomatis (CT),
Neisseria gonorrhoeae (NG) Trichomonas vaginalis (TV) e papilomavírus humano
(HPV), por meio de teste de reação em cadeia pela polimerase em tempo real. Foi

realizado teste rápido para HIV e sífilis. Para a análise, utilizou-se o teste do qui-
quadrado e regressão logística hierárquica. Resultados: De um total de 380

mulheres, 352 (92,63%) foram incluídas no estudo. A prevalência de pelo menos
uma IST foi de 18,5%. A maior prevalência foi de 11,1% para HPV, seguido de 6,3%
por TV e 4,3% por CT. Nenhum caso de NG ocorreu. Para o HIV, a prevalência foi

de 0,3%, e de sífilis, 4,3%. Prevalência geral de alteração na citologia cérvico-
vaginal foi de 7,7%. A infecção por uma ou mais IST foi significativamente associada

a idade entre 25 e 44 anos [OR= 2,33 (IC 95%: 1,05-5,18)], ao consumo de álcool
[OR=1,96 (IC95%:1,06-3,64)], com resultado alterado da citologia [OR=3,96
(IC95%:1,65-9,48)] e vaginose bacteriana [OR=3,61 (IC95%:2,01-6,47)].
Conclusão: Mulheres quilombolas apresentaram elevada prevalência por uma ou
mais IST e baixa prevalência de alterações citológicas do colo de útero. Fatores
sociocomportamentais, clínicos e de saúde foram independentemente associados à
IST.

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