CONSUMO DE SAL E SUA RELAÇÃO COM A PRESSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÕES INDÍGENAS

Nome: ALINE SILVA PORTO

Data de publicação: 10/03/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DIVANEI DOS ANJOS ZANIQUELI Examinador Externo
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Examinador Interno
JOSE GERALDO MILL Presidente
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Examinador Interno
RAFAEL DE OLIVEIRA ALVIM Examinador Externo

Resumo: Dietas com alto teor de sódio/sal são capazes de aumentar a pressão
arterial. Entretanto, o incremento pressórico por grama de sal dietético apresenta
importantes diferenças entre populações. Objetivo: Determinar o consumo de sal,
sódio e potássio e a sua relação com a pressão arterial na população indígena que
vive nas aldeias de Aracruz, Espírito Santo. Métodos: O projeto de doutorado foi
estruturado no formato de três trabalhos originais e uma revisão de literatura. As
coletas de dados na população indígena foram feitas em duas etapas: a primeira em
2003 e a mais recente em 2020-2022. Os dados da população geral de Vitória,
estudada no Projeto MONICA-OMS/Vitória em 1999-2000, serviram como parâmetro
de comparação. Os estudos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Centro de Ciências da Saúde da UFES. Resultados: O primeiro manuscrito trata-se
de revisão integrativa de literatura sobre o consumo de sal em diferentes populações.
O segundo manuscrito compara o impacto do consumo de sal na população urbana
de Vitória e nos indígenas de Aracruz, sendo que nos dois inquéritos o consumo de
sal foi estimado a partir da excreção de sódio na urina de 12 horas coletada no período
noturno. Foram incluídos na análise apenas os indivíduos que não estavam em uso
de antihipertensivos. O consumo estimado de sal foi alto nas duas populações, sendo
maior entre os indígenas (12,8 ± 5,7 g/dia vs. 11,8 ± 5,9 g/dia; p<0,01). Utilizou-se
dados de dois bancos de dados coletados (entre 1999-2004) e teve por objetivo
comparar o consumo de sal (excreção urinária de 12h) e sua relação com a pressão
arterial em duas populações, uma com amostra representativa de Vitória (ES) (n =
1.279), e a população indígena de Aracruz (ES) (n = 526). O alto consumo de sal foi
encontrado em ambas as populações (12,8 ± 5,7 g/dia vs. 11,8 ± 5,9 g/dia; sendo
ainda mais alta na população indígena, P<0,01). A inclinação da pressão arterial
sistólica nos indígenas na análise multivariada, consumo de sal, idade e IMC
explicaram 27% da PA sistólica e 21% da PA diastólica no grupo indígena, mediada
principalmente pelo nível de adiposidade corporal. O terceiro manuscrito utilizou
dados das populações indígenas coletadas em 2022, que buscou reavaliar o consumo
de sal em populações indígenas (urina casual) e a sua relação com a pressão arterial
(n = 800). O consumo médio de sal foi de 10 g/dia. A variabilidade da pressão sistólica
após ajuste por idade, IMC e sal foi de 24%. O quarto manuscrito teve como objetivo
identificar o perfil de consumo de sódio e de potássio, totalizando 1048 participantes

indígenas, e encontrou valores muito altos para consumo de sal (10 g/dia) e muito
baixos para o consumo de potássio (1,8 g/dia). Além disso, foi encontrada qualidade
da dieta insatisfatória para a comunidade indígena (Na+/K+=3,8). Conclusão: O
consumo de sal é alto em ambas as populações e aparenta associação com a pressão
arterial, principalmente a pressão sistólica. A qualidade da dieta das populações
indígenas é ruim e carece de políticas de saúde públicas governamentais com enfoque
na alimentação e nutrição para redução do desenvolvimento das doenças
cardiovasculares nessa população.

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