ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO ADVERSE CHILDHOOD EXPERIENCES INTERNATIONAL QUESTIONNAIRE (ACE-IQ) DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
Nome: FLAVIA GARCIA PEREIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 05/02/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA CARMEN MOLDES VIANA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MICHAEL EDUARDO REICHENHEIM | Examinador Externo |
SANDHI MARIA BARRETO | Examinador Externo |
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Examinador Interno |
MARIA ANGELICA CARVALHO ANDRADE | Examinador Interno |
MARIA CARMEN MOLDES VIANA | Orientador |
Resumo: Introdução: Experiências Adversas na Infância têm sido frequentemente relatadas
em diversos contextos sociodemográficos e culturais. No entanto, a divergência nos
métodos empregados para a avaliação dessas experiências tem dificultado a
comparação de dados entre países. A fim de padronizar sua avaliação e, assim,
facilitar estratégias de prevenção e enfrentamento, a Organização Mundial da Saúde
e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças desenvolveram o instrumento
denominado Adverse Childhood Experiences International Questionnaire.
Objetivos: 1) Identificar, através de uma revisão da literatura, os instrumentos
comumente utilizados na avaliação de experiências adversas na infância nas
pesquisas epidemiológicas dos últimos 10 anos e comparar suas características. 2)
Produzir a versão adaptada do Childhood Experiences International Questionnaire em
Português-brasileiro, através do processo de equivalência semântica. Métodos: Para
a identificação dos artigos científicos, foram realizadas buscas no Sistema Latino-
Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde e na Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online. Os Descritores em Ciências da Saúde
utilizados, combinados com operadores boleanos, foram: child neglect OR life change
events OR child abuse, adult survivors OR adult survivors of child abuse OR adult
survivors of childhood trauma OR adult survivors, child abuse AND questionnaire. A
equivalência semântica do instrumento foi realizada em cinco etapas: 1) obtenção de
duas traduções do instrumento original para o português-brasileiro e desenvolvimento
de uma versão combinada; 2) obtenção de duas retraduções para o inglês da versão
combinada; 3) avaliação dos itens do instrumento, por um comitê de especialistas, em
relação a: correspondência da tradução com a versão original,
pertinência/importância, clareza, vocabulário, objetividade, aplicabilidade ao contexto
brasileiro e sobre a sequência instrucional dos itens; 4) elaboração de uma versão-
síntese das retraduções e a primeira versão do questionário em português-brasileiro;
5) realização de dois Pré-testes para avaliar a aceitabilidade, compreensibilidade e
impacto emocional através de entrevistas face a face, e obtenção da versão final do
questionário adaptado. Resultados: 1) Foram identificados 38 instrumentos nos 253
artigos científicos analisados. Foram descritos os instrumentos mais utilizados:
Childhood Trauma Questionnaire, Childhood Experience of Care and Abuse, Adverse
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Childhood Experiences Questionnaire, Child Abuse and Trauma Scale, Early Trauma
Inventory Self Report e Adverse Childhood Experiences International Questionnaire.
Os instrumentos analisados diferiram quanto às propriedades psicométricas, idade
para aplicação e número de experiências adversas avaliadas. Dos instrumentos
analisados, dois tem versão disponível em português-brasileiro. 2) A versão adaptada
do Childhood Experiences International Questionnaire produzida demonstrou ser de
fácil aplicação e compreensão, e obteve boa equivalência semântica quando
comparada a versão original. Conclusão: Diversos instrumentos de avaliação da
exposição a adversidades na infância têm sido utilizados, avaliando diferentes
parâmetros e dimensões, dificultando a comparabilidade dos resultados obtidos. A
disponibilização de um questionário internacional adaptado ao contexto brasileiro
pode contribuir para a ampliação e sistematização da pesquisa epidemiológica no
Brasil. Suas propriedades psicométricas devem, ainda, ser avaliadas.